postado em 18/06/2009 19:52
A falta de um programa que atenda as crianças e os adolescentes em situação de rua foi criticada nesta quinta-feira (18/6) pelo coordenador nacional da campanha Criança Não é de Rua, Bernardo Rosemeyer. ;É vergonhoso para todos nós [brasileiros] que ainda não conseguimos um programa de inclusão social para essas crianças e adolescentes;, afirmou.
Rosemeyer também criticou a ausência de pesquisas oficiais sobre quantas são as crianças e os adolescentes que vivem atualmente nas ruas das cidades. ;Nós nem sequer sabemos hoje quantas crianças são, como que a gente vai pensar num programa de inclusão social se nem sequer esse dado básico nós temos. Nós sabemos quanto gado é exportado para o exterior, agora a gente não sabe quantas crianças estão nas ruas;, disse.
Embora não haja números oficiais, a pesquisa Censo de Exclusão ou Falta de Inclusão nos Censos, realizada entre agosto e novembro de 2008, fez um levantamento (por meio de dados oficiais e dados publicados em jornais) e constatou que, em São Paulo são 805 entre crianças e adolescentes nas ruas, no Rio de Janeiro, 347, e no Distrito Federal, 315.
Ainda de acordo com o levantamento, a população infanto-juvenil de rua está à margem dos estudos realizados por instituições oficiais de pesquisa (IBGE e Ipea). O trabalho também aponta a falta de uma política governamental uniforme, a disputa entre os atores envolvidos no trato do problema e a precária comunicação entre organizações governamentais e não governamentais.
Um dos objetivos da campanha Criança Não é de Rua, lançada hoje em cerimônia realizada no Museu Nacional da República, em Brasília, é de juntar as entidades e os movimentos que trabalham com o tema, para discutir propostas concretas a fim de viabilizar a saída das crianças e dos adolescentes das ruas.
Segundo Bernardo, para combater situação, é necessário conhecer as crianças e os adolescentes em situação de rua mais de perto e em que condições vivem as suas famílias. ;A solução passa por um investimento federal massivo para as famílias; afirmou.
O coordenador nacional da campanha Criança Não é de Rua informou que no começo de 2010 será realizada uma conferência nacional com a presença das entidades visitadas durante o lançamento da campanha nos estados. Na conferência serão formuladas as bases de um programa nacional de enfrentamento do problema que será apresentado ao governo federal.