Brasil

Índios ameaçam incendiar prédio da Funasa em Manaus

postado em 22/06/2009 17:49
O grupo de índios que invadiu a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Manaus, no último dia 8, ameaça incendiar o prédio hoje (22/6), caso não seja aberta imediatamente uma negociação.

Eles exigem a exoneração do atual chefe do Distrito Especial de Saúde Indígena , Radamésio Abreu, e agora também do coordenador da Funasa no Amazonas, Pedro Paulo Coutinho.A todo momento, chegam mais índios para se juntar ao grupo. Segundo um dos líderes dos invasores, Luiz Sateré, de 52 anos, o número de pessoas dentro do prédio já chega a 628, dos quais 118 são mulheres, dentre elas dez grávidas, e 125 crianças.

Há mais de 100 caciques, representando pelo menos 12 etnias de 22 municípios do Amazonas. Os índios mais jovens estão pintados para a guerra e armados de arcos e flechas.

Os manifestantes permitiram a entrada, no pátio de prédio, de 12 carros da própria instituição que estão estacionados no portão de entrada, o que impede a passagem de pessoas e de viaturas de polícia, por exemplo. As carrocerias das caminhonetes estão cheias com pneus e papéis. Os manisfestantes ameaçam por foto no material caso a Polícia Federal tente retirá-los.

Do lado de fora do prédio também há pneus, papel e pedaços de madeira, que poderão ser usados para atear fogo, de acordo com os invasores.

O prazo de 72 horas dado pela 1; Vara da Justiça Federal no Amazonas para a reintegração de posse terminou às 16h de hoje. A Polícia Federal deve chegar a qualquer momento para que se cumpra a ordem judicial, entregue aos índios na última sexta-feira.

Segundo o cacique Antonio Mota, da etnia Mura, os manifestantes não querem briga, mas sim a negociação. ;Mas se for o caso, haverá derramamento de sangue;, mostrando que eles estão prontos para um possível confronto e que o clima é tenso.

No prédio, já falta comida, mesmo com as doações que os ocupantes têm recebido de pequenos comerciantes que apoiam o movimento. Os manifestantes têm feito apenas uma refeição por dia, servida por volta das 14h. ;Só ontem [domingo, 21], usamos 27 frangos para a nossa refeição;, disse o líder Luiz Sateré.

A indignação dos índios com o coordenador da Funasa decorre do fato de não ter sido cumprida a promessa de exonerar Radamésio Abreu. ;No 18 de maio, fizemos uma reunião com o Pedro Paulo na Coiab [Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira] . Ele se comprometeu a exonerar o Radamésio e a prova disso está na ata da Coiab assinada por ele mesmo.;

Procurada pela Agência Brasil, a Funasa não quis se manifestar sobre o impasse. <-- .replace('

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