Luciane Evans
postado em 01/07/2009 09:23
Os números estão cada vez mais altos. O medo da do vírus da Influenza A H1N1 ronda os colégios, aeroportos, terminais rodoviários e já chegou às universidades e empresas. Nesse cenário, Minas Gerais se prepara para uma perspectiva pior, de acordo com previsão de especialistas da Secretaria de Estado de Saúde: em três meses, 10% da sua população (1,9 milhão de pessoas) poderá estar contaminada.
Se isso ocorrer, o estado sobe para o nível 3 (última fase) do plano estadual de enfrentamento da doença. O alerta aumentou depois que um homem de 27 anos foi internado, terça-feira, com quadro grave, na UTI do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Um dia depois que o Brasil confirmou a primeira morte causada pelo vírus influenza A (H1N1), de um caminhoneiro de 29 anos, no Rio Grande do Sul.
O paciente internado no HC, de acordo com o hospital, mora na capital e é funcionário de uma empresa em Contagem, na Grande BH. Ele teve contato nos dias 14 e 15 com um colega de trabalho que teria sido infectado por uma colega de São Paulo, que havia retornado da Argentina.
No dia 16, a moça começou a sentir sintomas da gripe e, no dia seguinte, houve a confirmação no Hospital Emílio Ribas, na capital paulista. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, de BH, a empresa suspendeu as atividades em um dos seus setores e 23 empregados ficaram em isolamento domiciliar entre os dias 22 e 28.
Como o homem em estado grave no HC faz mestrado em informática na PUC Minas, unidade São Gabriel, na Região Nordeste, as aulas foram suspensas até o dia 6. Os colegas do rapaz foram encaminhados ao ambulatório do hospital para coleta de material e exames e estão em isolamento domiciliar.
A mulher dele também está internada, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Ela tem 26 anos, apresenta coriza, tosse e febre. Somente em BH, já são 66 casos confirmados. No estado, são 90 confirmações, dessas, 23 foram diagnosticadas terça-feira, sendo que 18 são de alunos de um colégio da capital. Ainda há 158 casos sob investigação.
Alerta
Os números cada vez mais altos preocupam e Minas se prepara para enfrentar o pior cenário da gripe suína. "No México, país de origem do influenza A, a epidemia começou assim", compara a integrante do Comitê Estadual de Enfrentamento da Ameaça da Influenza A (H1N1), Tânia Marcial.
Por isso, segundo ela, o estado estuda medidas para evitar a contaminação de 10% da sua população, sendo que desse total, até 5% poderá ter a forma mais grave. "Por isso, a descentralização dos atendimentos é essencial, levando-os para as cidades-polo. As equipes do interior estão sendo preparadas para esse nível do combate", revela.
As novas ações estão presentes no nível 3 do plano estadual de enfrentamento. A possível mudança de patamar, passando de 2 para 3, é caracterizada por um cenário mais grave, com o avanço da transmissão da doença, de forma dispersa no território mineiro. Além da regionalização da vigilância, há nessa fase estratégias de atenção à saúde e de informação diária e mais atualizada à sociedade.