postado em 03/07/2009 09:38
No primeiro relatório sobre a tragédia com o voo 447 da Air France sobraram críticas ao que foi classificado como ;demora; do controle de voo do Brasil em perceber o desaparecimento do avião - o que teria provocado um atraso de ;uma ou duas horas; nas operações de busca. Segundo o Escritório de Investigações e Análises sobre a Aviação Civil (BEA), controladores de voo do Brasil não teriam transferido o voo 447 para as autoridades senegaleses, responsáveis pelo monitoramento do trajeto a partir do ponto virtual Tasil, no Oceano Atlântico.
[SAIBAMAIS]
Os brasileiros teriam feito apenas a primeira etapa do protocolo a coordenação, que consiste em passar dados sobre o plano de voo e dizer que a aeronave se aproximava da área controlada pelo Senegal. O A330 da companhia francesa, que estava programado para fazer a rota Rio de Janeiro-Paris, caiu no dia 31 de maio no Oceano Atlântico, matando todas as 228 pessoas a bordo.
;A transferência não foi feita e os serviços de controle (de voo) não se preocuparam;, acusou Alain Bouillard, responsável pela investigação. ;Foi somente algumas horas depois que, na ausência de contato, os diferentes mecanismos de controle foram ativados. Às 7h30 (2h30 em Brasília) é que se deram conta de que o avião não estava nem em contato com o Brasil nem com Dacar (capital do Senegal).; Bouillard evitou, no entanto, culpar um dos dois países pelo problema. ;Não se pode falar em erro, mas em uma disfunção, que o BEA está investigando. Hoje, trabalhamos pela segurança e não para determinar responsabilidades.
Autópsias
Não é a primeira vez que o BEA reclama de autoridades brasileiras. No mês passado, o diretor do BEA, Paul-Louis Arslanian, já havia se queixado publicamente sobre o fato de um legista francês ter sido impedido de acompanhar as autópsias, o que gerou reação imediata da Polícia Federal.
Bouillard reiterou ontem as queixas. ;É algo que nos falta, não temos dados sobre o resultado das autópsias. Ele nos traria informações que poderiam confirmar algumas hipóteses;, disse Bouillard, esclarecendo que o pedido às autoridades brasileiras já foi feito e agora os investigadores aguardam as análises. ;Elas virão, com atraso, mas virão.; O chefe das investigações só não quis comentar a decisão do Brasil de suspender as buscas por destroços.