postado em 06/07/2009 17:42
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reiterou hoje que a gripe A (H1N1), popularmente chamada de gripe suína, tem comportamento semelhante ao da gripe comum e não há motivo para que a população tenha pânico. Segundo ele, o número de casos de gripe suína no País, que subiu hoje para 885, deve continuar a aumentar, mas há medicação suficiente para atender a todos. "Temos dez mil tratamentos prontos e nove milhões estocados na Fundação Osvaldo Cruz, que começarão a ser transformados em medicamentos agora. Temos 64 hospitais e, se necessário, lançaremos mão de mais leitos. A situação é de tranquilidade. A orientação para a população é que não há nenhum motivo para pânico", disse ele, após participar da inauguração da nova Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU/192, na capital paulista.Questionado sobre se o País deve ultrapassar a marca dos mil casos confirmados, ele respondeu: "Seria um chute. Mas acontecerão mais casos, com certeza". Apesar disso, na avaliação do ministro a gripe comum é um problema mais sério que a gripe suína em termos de saúde pública e de número de mortes. "A população deve saber dessa informação: em 2006, 70 mil pessoas morreram no Brasil por complicações causadas por gripe comum", acrescentou. Temporão ressaltou que, até o momento, apenas uma pessoa morreu no País em decorrência da nova gripe. "A doença cursa com sinais e sintomas muito semelhantes. Os quadros clínicos obedecem mais ou menos o mesmo padrão, ou seja, a letalidade, o número de pessoas que morrem depois de contrair a doença é muito próximo ao da gripe comum", explicou o ministro.
O ministro ressaltou que pessoas que apresentem sintomas como febre acima de 38 graus, tosse, dor muscular e nas articulações, problemas para respirar e dor de garganta procurem o médico mais próximo do plano de saúde ou das unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O médico é que vai analisar o caso e decidir o caminho mais adequado. Se for simples, a orientação será para que fique em casa e se ausente no trabalho ou escola. Se avaliar algum problema ou complicação, será dirigido a um hospital e apenas nesses casos vamos colher material para fazer a confirmação laboratorial", disse.
Segundo ele, a maioria dos casos de gripe suína é leve e o paciente pode ser orientado e atendido pelo plano de saúde e pelas unidades de atendimento ambulatorial do SUS. "Temos que ter leitos para atender as pessoas que precisam de internação", afirmou. "A estratégia é a mesma que já vem sendo adotada por Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e vários países. À medida que o numero de casos aumenta, o mais importante é o paciente e impedir o óbito. Estamos então adequando nossa estratégia sem abrir mão da vigilância sanitária e das barreiras.
Viagens
Temporão manteve a recomendação para que as pessoas evitem viajar para México, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Chile e Argentina, países em que há transmissão continuada do vírus. Segundo ele, não existem evidências de que o vírus circule livremente no País. "A recomendação é que crianças com menos de dois anos, idosos com mais de 60 anos, e pacientes com condições clinicas preexistentes e doenças crônicas consultem seu médico e, se possível, adiem viagens para esses países nesse momento", disse.
O ministro afirmou que a estratégia de vigilância nos portos, aeroportos e regiões de fronteira permanece a mesma. Ele admitiu que o período de férias e de temperaturas mais baixas favorece o surgimento de novos casos da doença, principalmente no Sul do País. "Se o número de casos tende a aumentar, nós temos que garantir que as pessoas sejam bem atendidas e impedir que os casos mais graves se compliquem", disse.