postado em 08/07/2009 19:49
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, conclamou hoje o setor produtivo rural a participar de forma mais ativa do debate sobre as propostas de alteração do Código Florestal. O assunto está tramitando no Congresso Nacional, com prazo até 11 de dezembro. "Está na hora de o setor rural participar das decisões", afirmou a representantes do setor canavieiro reunidos no Ministério para debater problemas relacionados ao setor.O ministro também voltou a demonstrar insatisfação com o colega do Meio Ambiente, Carlos Minc. "Tenho procurado ser obediente e bem comportado sobre esse assunto, enquanto isso Minc faz tudo o que vocês sabem o que ele faz; faz acordos e diz que faz acordos...", disse. "Como ele (Minc) mantém esse comportamento, também resolvi tomar uma posição um pouco mais forte", continuou. Minc já recebeu um puxão de orelha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por desgastar a relação com outros ministros publicamente, inclusive com Stephanes.
O ministro da Agricultura fez referência a declaração do presidente Lula, durante a divulgação do Plano Safra, ao final do mês passado, em Londrina (PR). De acordo com ele, Lula "deixou muito claro" que o governo não pode ir contra produtores que foram incentivados a plantar nas décadas de 30 e 40. Isso porque as alterações no Código preveem penalidades, como multa e desapropriação de plantio em determinadas áreas consideradas como prejudiciais ao meio ambiente. Segundo Stephanes, cerca de um milhão de produtores podem perder suas terras por falta de conhecimento do assunto. "Sou filho de produtor e meu pai não lia o Diário Oficial todos os dias", argumentou.
De acordo com o ministro da Agricultura, o Código Florestal em vigor foi formatado apenas com base em um dos lados envolvidos no assunto, o dos ambientalistas. Evitando criar desavenças com o setor, Stephanes ressaltou a importância dos ambientalistas no tratamento da questão, mas também quer que os produtores rurais marquem posição. "Não é possível que um ministro da Agricultura saiba apenas pelo Diário Oficial de questões que envolvem o setor", criticou.
Esta é a segunda vez que o ministro mostra publicamente sua indignação com o tratamento que Minc dá ao tema. A primeira foi há aproximadamente 15 dias, durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados. "Tenho procurado manter uma discussão equilibrada, racional e calcada em bases técnico-científicas", citou.