Rodrigo Couto
postado em 10/07/2009 08:43
Apesar da redução de 49,8% dos casos de dengue nos primeiros seis meses do ano em relação ao mesmo período de 2008 ; caiu de 719.593 infectados para 361.552 ;, houve um aumento de 22,5% (334.818) no total de doentes durante os seis primeiros anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2008) em comparação ao mesmo intervalo de tempo na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2000). Ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou novas diretrizes para unificar as ações de vigilância e assistência em saúde ao combate da enfermidade em todas as regiões.[SAIBAMAIS]
Cauteloso à comparação do aumento de casos de dengue entre gestores diferentes, Pedro Tauil, médico sanitarista e professor da Universidade de Brasília (UnB), fez um resumo sobre a evolução da doença no Brasil. ;Não é bom comparar governo com governo. Após 60 anos sem a doença, foi na década de 1960 que a enfermidade retornou ao país. Depois disso, ocorreram grandes epidemias em 1980, 1990 e 2002. À exceção do Chile e do Canadá, todos os países da América estão infestados pelo Aedes aegypti. Mesmo com todas as ações do governo, é impossível combatê-lo, pois 80% da população vive em áreas urbanas e nem sempre em condições ideais. O engajamento para vencer a dengue deve ser compartilhado entre governo e sociedade;, pondera.
Traduzindo em números, o combate à dengue consumiu R$ 1,08 bilhão em 2008. Quantia parecida deve ser gasta até o fim deste ano. ;Se não houver contingenciamento de recursos, tudo indica que teremos em caixa algo em torno de R$ 1 bilhão;, afirma Temporão, que após a divulgação da queda de casos da dengue e das novas medidas de prevenção e combate, se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, para cobrar a votação da Emenda Constitucional 29, texto que define parâmetros sobre gastos em saúde e deve adicionar à rede pública pelo menos R$ 15 bilhões por ano.
Novas diretrizes
Baseado em experiências que deram certo, o documento lançado pelo Ministério é composto de ações de assistência ao paciente, organização de serviços de saúde, vigilância epidemiológica, gestão e financiamento e controle dos criadouros do mosquito da dengue, o Aedes aegypti. A grande novidade é a notificação online. ;Assim como a rubéola e a gripe A (H1N1), a dengue também contará com monitoramento pela internet;, ressaltou Temporão.