Brasil

Governo não mudará medidas de combate à gripe suína após morte de garota

Rodrigo Couto
postado em 11/07/2009 09:23
A confirmação da morte de uma menina de 11 anos em São Paulo vítima da gripe A (H1N1) - a segunda registrada até o momento em território nacional - não modificou as estratégias do Ministério da Saúde no combate ao vírus. De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, nem a garota nem ninguém de sua família viajou ao exterior ou manteve contato com pessoas que saíram do país. Se essa informação for ratificada, o Brasil, que hoje registra somente casos autóctones, passa a integrar a lista dos países com transmissão sustentada. Seguindo orientação do governo federal e da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Distrito Federal também afirma que não vai alterar as estratégias de prevenção ao novo vírus. Ontem, foram confirmados 52 novos casos. No total, o país registra 1.027 pessoas infectadas. O infectologista Artur Timerman afirma que, infelizmente, óbitos causados pela nova gripe já eram esperados no Brasil. "É inevitável pessoas morrerem dessa gripe. A taxa de mortalidade da chamada gripe suína é igual ou inferior a gripe sazonal. O ministério não tem que mudar as estratégias, pois as orientações são corretas. O importante é manter o mesmo nível", reforça. Subsecretária de Vigilância à Saúde do DF, Disney Antezana, disse que não é momento para pânico. "Não vamos mudar o protocolo. Isso só vai ocorrer se o Ministério da Saúde e a OMS decidirem tomar alguma nova providência", explicou. O Distrito Federal tem 35 casos da gripe A (H1N1). [SAIBAMAIS]Em virtude da disseminação da gripe A (H1N1) no país, o Ministério da Saúde alterou no dia 3 de julho as regras de diagnóstico. Desde aquela data, todas as pessoas que aparecem com os sintomas do vírus são diagnosticadas com a nova gripe. Somente os casos mais graves são encaminhados a um dos 68 hospitais de referência, para exames de sangue e tratamento. Quem não se enquadrar nesse perfil fica em isolamento domiciliar. No ranking da OMS, o Brasil aparece na 11ª posição dos países com mais casos da doença. Os Estados Unidos lideram a lista com 33.902 doentes, seguido do México (10.262), Canadá (7.983), Reino Unido (7.447), Chile (7.376), Austrália (5.298), Argentina (2.485), Tailândia (2.076), Filipinas (1.709) e Nova Zelândia (1.059). As vítimas Internada em 28 de junho, a menina, moradora de Osasco (SP), sentia fortes dores abdominais e vômitos, além de febre. Passados dois dias, aproximadamente seis horas depois de ter sido internada na UTI de um hospital particular do município, a garota morreu. A Secretaria de Saúde de São Paulo confirma que o irmão da criança, de 7 anos, a mãe, 40, e o pai, 57, também foram diagnosticados com o vírus da gripe A. O primeiro óbito confirmado em decorrência de gripe A (H1N1) foi registrado no dia 28 de junho em Passo Fundo (RS). O paciente era Vanderlei Vial, 29 anos, que esteve na Argentina a trabalho e retornou ao Brasil oito dias antes de vir a falecer. Ele era caminhoneiro. Casos autóctones São considerados autóctones os casos contraídos dentro do território nacional. Além do Brasil (caso se confirme), 34 países têm casos autóctones: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Estônia, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Romênia, Eslováquia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México, Panamá, Peru, Uruguai, Japão, Egito e Austrália. Transmissão sustentada De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido são consideradas nações com transmissão sustentada da gripe A (H1N1). Nesses países, a contaminação da nova gripe ocorre dentro do território nacional e não tem relação com pessoas vindas do exterior.

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