O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (16/7), 11 mortes no Brasil ocasionadas pelo vírus A (H1N1), causador da gripe suína. Foram sete mortes no Rio Grande do Sul, três em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. O ministro José Gomes Temporão confirmou, também, que a menina de 11 anos, que morreu no último dia 30 em Osasco (SP) vítima da doença, foi contaminada dentro do país, sem contato com ninguém que tenha viajado para o exterior. Com esse caso, o Brasil entra no grupo dos países que tem confirmada a transmissão sustentada do novo vírus -- quando a virose ocorre em pessoas que não viajaram para fora, nem tiveram contato próximo com quem viajou. Além do Brasil, estão nesse grupo os Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido.
De acordo com o ministro, há fortes indícios de que tenha ocorrido transmissão sustentada também no Rio Grande do Sul, devido à proximidade com a fronteira da Argentina, ao fluxo de pessoas e ao inverno mais rigoroso apresentado no estado. Segundo Temporão, no entanto, não foi concluído o estudo para confirmar essa situação. O ministro disse que, apesar da transmissão sustentada do vírus no país, não há previsão de mudanças nos protocolos adotados até agora.
Temporão anunciou que vai reforçar o trabalho de prevenção ao vírus no Rio Grande do Sul, com o envio de mais uma equipe do ministério, bem como o de uma nova remessa de medicamentos suficientes para mil tratamentos. O ministro afirmou, ainda, que a próxima etapa do trabalho será reforçar as ações de comunicação e orientação sobre a doença, com uma campanha nos meios de comunicação a partir do dia 21 de julho.
;Não há nenhum motivo para pânico, nem para mudar o comportamento das pessoas. As pessoas devem se manter informadas sobre a doença;, afirmou Temporão. O ministro também informou que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há indícios de que o vírus esteja se combinando geneticamente com outros, o que demonstra estabilidade na evolução da doença.
Temporão também reforçou a recomendação para que idosos, crianças menores de 2 anos, e pessoas com doenças que comprometam o sistema imunológico, evitem viajar para os países onde há transmissão sustentada. Ele descartou, no entanto, qualquer restrição de viagem de brasileiros para São Paulo ou Rio Grande do Sul. O ministro reiterou, ainda, que o fato de o novo protocolo recomendar o exame laboratorial apenas em pacientes em estado grave ou no chamado grupo de risco não traz prejuízo para o inicio do tratamento da doença naqueles que apresentarem os sintomas, mesmo que não seja feita a confirmação laboratorial. ;Não tem nada haver uma coisa com a outra, o tratamento é independente da realização do exame laboratorial;, disse.
As pessoas que sentirem febre repentina, tosse, dor no corpo ou outros sintomas de gripe devem procurar um posto de saúde ou médico particular, de acordo com as recomendações do Ministério.