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Sindicatos de jornalistas e da Fenaj discutem em São Paulo ações contra decisão do STF

postado em 17/07/2009 18:25
Dirigentes de 31 sindicatos de jornalistas de todo país e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) estão reunidos na capital paulista durante todo o dia de hoje (17/7) para discutir as estratégias e ações a serem tomadas com relação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de abolir o diploma do curso superior de jornalismo, tirando sua obrigatoriedade para exercício da profissão.

A reunião ocorre no dia em que a decisão completa um mês e, apesar de o acordão (texto final com decisão do Supremo) não ter sido publicado, os profissionais tirarão dessa reunião a orientação nacional para tentar reverter a posição do STF.

Segundo o presidente da Fenaj, Sérgio Murilo de Andrade, no campo institucional a federação está atuando junto ao Congresso Nacional e ao governo. O Ministério do Trabalho e do Emprego é o responsável pelo registro profssional de jornalista.

;Estamos cobrando um posicionamento do ministério sobre como vai proceder daqui em diante com relação aos registros profissionais;, disse. Segundo ele, o ministério já se comprometeu a suspender a emissão de registros de não diplomados, e só tomar uma decisão depois do acórdão publicado.

Andrade afirmou ainda que a Fenaj busca uma solução no Congresso Nacional, com o apoio da deputada federal, Rebeca Garcia (PP), do Amazonas. A deputada é a responsável por buscar as assinaturas necessárias para a constituição da Frente Parlamentar de Defesa ao Diploma de Jornalismo.

Até agora já foram obtidas 140 assinaturas e o esforço é para chegar às mais de 200, número necessário para a abertura da Frente. ;Nós contamos com esse apoio que veio de diversos partidos.;

Segundo ele, os sindicatos e a Fenaj estão também mobilizando a categoria com a participação inclusive dos estudantes, além de receber o apoio da sociedade civil por meio de diversas entidades.

;São muitas entidades manifestando um posicionamento contrário com relação à decisão do supremo e apoiando que se busque uma solução que resgate a auto estima da nossa profissão, que foi furtada pela decisão do STF;.

O presidente da Fenaj ressaltou que, de acordo com uma pesquisa realizada no ano passado, 75% da população apoia a exigência do diploma para a profissão de jornalismo, por conta do aspecto público da profissão. ;É um serviço de natureza essencialmente pública e as pessoas querem que esse serviço seja prestado com a melhor competência, condição e qualificação;.

Entretanto, ele disse que a mobilização de fato é complicada porque o principal instrumento de mobilização são os meios de comunicação. ;E os meios de comunicação de massa estão nas mãos dos empresários que são os mesmos que se mobilizaram para acabar com nossa regulamentação.;

Segundo Andrade, caso o diploma seja realmente extinto, as consequências para a profissão devem ser a desorganização da categoria, a fragilização sindical, a atuação de pessoas sem formação e o rebaixamento da qualidade do jornalismo no país.

O encontro prossegue até o início da noite de hoje. As decisões e propostas que serão elaboradas durante o encontro serão divulgadas pela Fenaj na segunda-feira (20/7).

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