Brasil

Chega a 15 o número de mortes por gripe suína no país

Rodrigo Couto
postado em 20/07/2009 08:00

O número de óbitos decorrentes da gripe A (H1N1) no Brasil subiu de 11 para 15. Ontem, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou mais quatro mortes de pacientes infectados pelo vírus da gripe suína. Segundo o órgão, as vítimas são um homem de 29 anos, que morreu em 6 de julho, em São Borja; uma menina de cinco anos e uma mulher de 36, que faleceram em Uruguaiana; e um homem de 40 anos, morto na última sexta-feira, em Santa Maria. Até o fechamento desta edição, o Ministério da Saúde não havia se pronunciado sobre o assunto. Os números, no entanto, tendem a aumentar. Mesmo porque, há várias mortes suspeitas de terem sido ocasionadas por causa da doença que ainda não foram confirmadas.

Enquanto as mortes em decorrência da gripe suína têm aumentado no Brasil, a população aguarda a chegada da vacina contra a gripe A (H1N1). Se não houver grande atraso na produção o Brasil deve receber, até o início do próximo ano, os primeiros lotes do componente. O ideal, segundo o Ministério da Saúde, é que o composto capaz de evitar a infecção pela doença chegue em meados de março, mês que antecede o inverno no Hemisfério Sul. A intenção do governo é começar a campanha nacional de vacinação contra a nova gripe em abril de 2010. ;É possível, mas estamos acompanhado, sempre via OMS (Organização Mundial da Saúde), a possibilidade de atraso das vacinas que serão destinadas ao Hemisfério Sul;, diz Eduardo Hage, diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. Mesmo com eventuais atrasos, Hage acredita que seja viável trabalhar com o prazo de abril do próximo ano.

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- para ouvir trecho de entrevista de Eduardo Hage, diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde

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Conforme orientação da OMS, a vacina é recomendada aos profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento e tratamento dos pacientes doentes, pessoas com baixa imunidade, neoplasias (câncer) e portadores do vírus da Aids. A lista também inclui crianças com até dois anos e idosos acima dos 60.

Diagnóstico nacional
Está em curso um projeto, liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que pretende acelerar e aperfeiçoar o diagnóstico da nova gripe no Brasil. Depois da validação do teste, seus componentes serão produzidos parte pelo Ministério da Saúde e o governo do Paraná, e parte por Biomanguinhos ; unidade da Fiocruz no Rio de Janeiro. Unidas as tecnologias das duas fases, haverá confecção dos insumos que podem integrar os diagnósticos.

Denominados primers, os insumos são necessários à realização de PCR em tempo real ; técnica utilizada para detectar o material genético da nova gripe. ;Caso os resultados sejam satisfatórios, aumentaremos a capacidade de produção de exames e ampliaremos o número de laboratórios capazes de detectar a gripe A em todo o território nacional;, afirma Hage. Hoje, apenas três laboratórios ; em São Paulo, no Rio e em Belém ; estão aptos a realizarem os diagnósticos da doença.

Kits
Em 5 de junho, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) os primeiros kits de exames capazes de confirmar a gripe A (H1N1) entre os pacientes suspeitos de estarem com a doença. Até a data, o diagnóstico era feito por exclusão. Os primers ; protocolos de sequência genética do vírus ;, permitem o diagnóstico específico para a doença, por meio de exames laboratoriais. Com os primers, é possível comparar o vírus da gripe suína com o material coletado dos doentes.

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