Luciane Evans
postado em 22/07/2009 09:38
No mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que a gripe suína já matou mais de 700 pessoas em todo o mundo, o Brasil registrou mais sete mortes causadas pela influenza A (H1N1), ultrapassando a barreira dos 20 óbitos. Seis das novas vítimas são de São Paulo, que já contabilizava três mortos, e uma é do Paraná.
[SAIBAMAIS]
Diante desses e outros indicadores, em Minas Gerais, onde ainda não há mortos pelo vírus, apesar das 145 confirmações da doença, autoridades de saúde discutem a possibilidade de passar o plano estadual de enfrentamento para o nível 3, o máximo na escala do combate, que prevê um cenário mais grave da infecção.
"Estamos em um momento de transição, mas, se acionarmos esse grau, será apenas para Belo Horizonte e região metropolitana, onde o número de casos é maior", revela o superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Marco Antônio Bragança Matos.
Mesmo já se programando para o pior cenário de contaminação, Marco Antônio faz um pedido à população: "Todos devem ter calma. O momento não é de pânico". De acordo com ele, a situação no estado varia de acordo com a região.
Por isso, na terça-feira (21/7), profissionais de saúde que atuam em hospitais da Grande BH passaram por uma capacitação para conhecer mais sobre a doença e tratamentos. "A capital e os municípios vizinhos registram a maioria dos casos da nova gripe, por isso, se acionado o nível 3, ele será direcionado a essas cidades, mesmo que elas ainda não tenham chegado ao parâmetro mais grave. No interior, por mais que haja um número pequeno de contágio, as equipes médicas também serão treinadas. Na quinta-feira todos serão capacitados pelo canal do governo Minas Saúde", destaca.
Embora haja sinais claros de preocupação, o superintendente da SES compara a influenza A (H1NI) à gripe comum. "É claro que as mais de 700 mortes em todo o mundo assustam, mas se compararmos o número de óbitos com a gripe sazonal, que mata 500 mil pessoas por ano, sendo 70 mil só no Brasil, veremos que a taxa de letalidade desse novo vírus ainda é baixa", afirma, acrescentando que não há motivo para desespero.
Recuperação
Na terça-feira, o quadro da epidemia reservou pelo menos uma boa notícia aos mineiros: o homem de 27 anos que há 22 dias preocupa autoridades de saúde, devido ao estado clínico gravíssimo, apresentou melhora no quadro respiratório. Ele continua internado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG) e sua situação ainda exige cuidados.
Mesmo com o vírus circulando livremente em território nacional, conforme anunciou o Ministério da Saúde na última semana, Minas Gerais não registra a contaminação sustentada, ou seja, o contágio não ocorreu sem vínculos com casos importados.
Dessa forma, a Secretaria de Estado de Saúde orienta aqueles que sentirem os sintomas da gripe suína a ligar, primeiramente, para o Disque Epidemiologia (0800 283-2255). Se necessário, a pessoa será encaminhada a um dos ambulatórios de referência.
Prevenção no Triângulo
Ainda que em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, haja apenas dois casos confirmados e quatro suspeitas de gripe suína, uma das empresas da cidade, que tem ao todo 16,5 mil funcionários em Minas e em São Paulo, já toma medidas para conter a eventual transmissão do vírus.
Alegando que seis mil funcionários em Minas trabalham em ambientes fechados, como no setor de call center, o Grupo Algar informou que, além de colocar avisos e informações sobre os cuidados com a doença, o próximo passo para prevenir o contágio será a distribuição de máscaras para todos os empregados. A empresa também reduziu em 50% as viagens internacionais.