Brasil

Secretarias de Saúde pelo país adotam medidas independentes no combate à gripe

Rodrigo Couto
postado em 29/07/2009 08:50
À revelia do Ministério da Saúde, algumas unidades da Federação ; como São Paulo, Rio, Distrito Federal, Paraná e Bahia ; vêm adotando estratégias próprias de combate e tratamento dos pacientes suspeitos da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína. Apesar de negarem qualquer tipo de divergência com o governo federal, alguns estados preferem intensificar as iniciativas locais, como a criação de disque-gripe, hotsite, parceria com o Exército, implantação de centros de referência para o tratamento da doença, além do treinamento de profissionais em municípios com rotas rodoviárias. Com 205 casos confirmados e cinco mortes em decorrência da gripe A, o Rio de Janeiro é um dos estados que adotou mais estratégias diferenciadas em relação à orientação do Ministério da Saúde. Desde segunda-feira, o Rio lançou um disque-gripe e um hot site próprios, para tirar as dúvidas da população. O endereço http://gripea.rio.rj.gov.br recebeu mais de 4,5 mil visitas apenas no primeiro dia de funcionamento. ;Além desses importantes canais de comunicação, que têm o objetivo de esclarecer a população e evitar um aumento da procura nos hospitais e centros de saúde, vamos implantar 14 novos centros de referência para a gripe. No total, serão 17 centros funcionando 24 horas;, destacou Hellen Miyamoto, subsecretária de Atenção à Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Segundo Hellen, não há qualquer discordância com as orientações do ministério. ;Não houve discrepância em relação aos procedimentos do governo federal, apenas preferimos suprir as demandas do estado;, observou. Já a Bahia, que tem 48 casos confirmados e, por enquanto, nenhum óbito pela doença, preferiu intensificar o treinamento dos hospitais das cidades que recebem grande fluxo de turistas internacionais, como Salvador e Porto Seguro. Além dessas cidades, Itabuna, Juazeiro, Vitória da Conquista e Barreiras, municípios com entrocamentos de rotas rodoviárias para diversas regiões do país, também têm recebido reforço da Secretaria de Saúde. ;Esse preparo da rede do interior é fundamental para que a Bahia não seja pega de surpresa com novos casos e mortes pela doença;, ressaltou Alcina Andrade, diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde da Bahia. Na capital, o único hospital de referência para atender os casos da nova gripe é o Otávio Mangabeira, localizado no bairro do Pau Miúdo. Superintendente de Atenção à Saúde de Minas Gerais, Marco Antônio Bragança lembra que a única medida anunciada que diverge da orientação do ministério foi a decretação, em 1; de maio último, do estado de emergência para a desburocratização de contratação de recursos humanos e a aquisição de máscaras, luvas e medicamentos para combater a gripe suína. ;Fora isso, estamos seguindo, integralmente, as recomendações do governo federal. Já que 80% dos casos estão concentrados em Belo Horizonte e proximidades.; O estado tem 151 casos confirmados e nenhum óbito causado pela gripe A. Assim como em outros estados, São Paulo admite ampliar os postos de atendimento e adotar um plano emergencial para conter a doença. O Paraná, por sua vez, pediu auxílio ao Exército para montar tendas e atender os pacientes com suspeita da nova gripe. Questionado sobre as novas medidas anunciadas pelo DF e outros estados em relação ao tratamento dos pacientes suspeitos da gripe A, o Ministério da Saúde, por meio de sua assessoria, afirma que cada unidade da Federação organiza sua rede de atendimento e tratamento da maneira mais adequada com a realidade local. ;Assim como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, cada estado pode adotar estratégias específicas. Não há qualquer recomendação que impeça esse tipo de prática. Ao contrário, o ministério, como cogestor da saúde, aprova iniciativas próprias de combate a gripe A (H1N1);, diz a nota.

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