postado em 31/07/2009 08:42
O Ministério da Saúde informou ontem que já começou a entregar aos estados o primeiro lote de 150 mil tratamentos do remédio usado para combater a gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína. Desses, 5 mil vão para o estado do Rio de Janeiro. Outro lote com 60 mil kits será encaminhado hoje. A previsão é distribuir, no total, 210 mil kits. Cada um tem 10 cápsulas, o suficiente para uma pessoa.
O remédio foi produzido no Laboratório Farmanguinhos, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e tem o mesmo princípio ativo do antiviral Tamiflu, usado nos casos graves da nova gripe ou em pessoas infectadas que fazem parte do grupo de risco. As cápsulas foram fabricadas com matéria-prima comprada em 2006 pelo Ministério da Saúde, como prevenção para enfrentar a gripe aviária, ameaça à época.
Segundo o órgão, o governo tem estoque para produzir 9 milhões de tratamentos. O insumo será entregue às secretarias estaduais de saúde, que vão encaminhá-lo aos hospitais da rede pública. O ministério ainda aguarda, até o fim de setembro, a chegada de mais 800 mil kits do Tamiflu, encomendados da fabricante Roche. O medicamento feito na Fiocuz não pode ser comercializado.
Hospitais da rede privada do Distrito Federal já começaram a receber o Tamiflu da Secretaria de Saúde para tratar pessoas com gripe. ;Temos três pacientes internados que já estão usando o antiviral;, afirmou o infectologista Marcone Tinhati, do Hospital Santa Luzia. Segundo ele, o medicamento foi obtido no Hospital Regional da Asa Sul.
A orientação dos órgãos de saúde e do Ministério Público é para que os hospitais particulares atendam os pacientes com gripe. Antes, a recomendação era para que os casos suspeitos fossem encaminhados à rede pública, já que a medicação estava concentrada no Hospital Regional da Asa Norte.
O médico agora poderá receitar o Tamiflu e o paciente deve pedir o medicamento nos hospitais regionais, desde que tenha a prescrição em mãos e preencha uma ficha com informações pessoais. O objetivo é manter o controle, já que o Ministério da Saúde teme o uso indiscriminado do medicamento, o que poderia aumentar a resistência do vírus.
Mesmo assim, a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, defende a descentralização dos estoques de Tamiflu na rede de saúde. ;Não vamos mudar o critério para aplicá-lo. Isso é muito importante. Mas em vez de o paciente ficar circulando por aí, espalhando o vírus, correndo atrás do remédio, eu já dou o remédio para ele no hospital.;
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--> Tira-dúvidas <--
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--> <-- --> 1 O que é? O Tamiflu é um medicamento feito à base de fosfato de oseltamivir e usado para tratar gripe comum. Desde o início da pandemia de gripe suína, tem se mostrado eficaz também no tratamento ao novo vírus. E pode fazer a diferença na hora de salvar um paciente infectado. 2 O que ele faz? O antiviral diminui a quantidade de vírus no corpo do paciente. Estudos sugerem que ele pode reduzir também o período de sete dias em que o infectado transmite a doença a outras pessoas. Mas como ainda não foi possível precisar o tempo, os médicos sugerem o isolamento de uma semana tanto para pacientes que tomam quanto para aqueles que não tomam o remédio. 3 Quem deve tomar? Conforme protocolo do Ministério da Saúde, infectados que estejam com síndrome respiratória aguda grave e febre alta por vários dias, pacientes vulneráveis, como gestantes, crianças menores de dois anos, idosos maiores de 65 anos, pacientes com co-morbidade ou doença respiratória, obesidade mórbida ou outro fator considerado de risco. 4 Quem não pode tomar? Não há contraindicações. O remédio pode causar efeitos colaterais como náuseas. Os médicos, porém, sugerem mais cautela na prescrição a mulheres no primeiro trimestre de gravidez. Não há registro em humanos, mas em testes com animais nesse período de gestação há casos de má formação do feto. 5 Quando tomar o Tamiflu? O medicamento é mais eficaz se usado nas 48 horas após os primeiros sintomas, caso haja piora no estado de saúde do infectado. A partir desse prazo, o benefício da droga é menor ; mas não é nulo. 6 Posso comprá-lo na farmácia? A automedicação pode mascarar sintomas, dificultar diagnósticos e elevar a resistência do vírus ao medicamento. Por isso, o Ministério da Saúde restringiu o uso do remédio.