Brasil

Uso de chupeta cai 15% em nove anos no país

postado em 04/08/2009 21:17
Levantamento do Ministério da Saúde mostra que, entre 1999 e 2008, houve redução expressiva do uso de chupeta em crianças menores de 12 meses. Em 1999, 57,7% dos bebês menores de 12 meses usavam chupeta no país. No ano passado, esse percentual caiu para 42,6%, uma variação de 15,1%. O estudo levou em consideração as 27 capitais e outros 239 municípios, o que somou informações de aproximadamente 118 mil crianças. A queda no uso de chupetas foi percebida em todas as regiões. Maceió foi a capital que apresentou a maior redução no uso de chupeta (20 pontos percentuais). Na região Norte, apenas 25,5% das crianças menores de 12 meses usam chupeta. A região Sul possui o maior índice com 50,6%. Esses e outros dados fazem parte da II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e DF (PPAM), divulgada durante a Semana Mundial de Amamentação (veja outros dados do estudo, relacionados à amamentação, no Portal Saúde www.saude.gov.br) . [SAIBAMAIS]O Ministério da Saúde não recomenda o uso de chupeta nem de mamadeira. "Existe uma associação entre o uso de chupeta e mamadeira e a duração do aleitamento materno. A Região Norte, onde mais se amamenta no Brasil (média de 434,81 dias), apresenta menor prevalência do uso de chupeta e mamadeira", explica Elsa Giugliani, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde. Ministério da Saúde não recomenda uso da chupeta nem da mamadeiraSão considerados "bicos artificiais" tanto as mamadeiras quanto as chupetas. Na pesquisa de 2008, verificou-se que, para o total das crianças menores de 12 meses analisadas, foi freqüente também o uso de mamadeira (58,4%). O uso de mamadeira (veja quadro abaixo) foi mais registrado na região Sudeste (63,8%) e menos freqüente na região Norte (50,0%). Foi a primeira vez que o dado, uso de mamadeira, foi analisado pelo Ministério da Saúde. Diferenças Tanto para chupeta quanto para mamadeira, as diferenças entre as regiões Norte e Sul/Sudeste são prioritariamente culturais. Por exemplo, no Norte, há uma presença mais forte de populações indígenas. Na região Sul e Sudeste, a pressão do mercado de trabalho exige que a mulher fique mais distante do filho. Além disso, aspectos da vida moderna, como o trânsito e a distância entre o trabalho e a casa, distanciam a mulher do bebê e do aleitamento exclusivo por seis meses, o que o Ministério da Saúde preconiza. "Ao se considerar a amamentação não apenas um ato biológico, mas também social e cultural, percebe-se que o Brasil, como um país continental, apresenta diferentes realidades e questões culturais diversas. O uso da chupeta e da mamadeira, ambos muito arraigados em determinadas regiões, por exemplo, influencia negativamente na amamentação. E isso é algo difícil de se eliminar", exemplifica Lilian Córdova do Espírito Santo, assessora para Assuntos Relacionados ao Aleitamento Materno, da Área Técnica de Saúde da Criança.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação