Rodrigo Couto
postado em 06/08/2009 08:40
Com 129 mortes confirmadas em decorrência da influenza A (H1N1), também conhecida como gripe suÃna, o Brasil ocupa a quarta posição, em números absolutos, no ranking dos paÃses mais afetados pela doença. A liderança é dos Estados Unidos, com 353 casos, seguidos da Argentina (337) e do México (146), o terceiro colocado. Ouvidos pelo Correio, especialistas concordam que o número de vÃtimas no Brasil é alto, mas adiantam que a disseminação da doença pode declinar agora em agosto.
[SAIBAMAIS]
Apesar de não conhecer em detalhes a estratégia do Brasil para combater a nova gripe, Eduardo Gotuzzo, diretor do Instituto de Medicina Tropical Alexander von Humboldt, da Universidad Peruana Cayetano Heredia, acredita que o paÃs tem adotado as medidas corretas. "Embora o protocolo adotado seja de caráter técnico, o número de óbitos é alto", reconhece Gotuzzo.
Sobre o México, Eduardo observa que a redução de casos e mortes no paÃs também é explicado pelo aumento da temperatura. "Paralelo a isso, a curva da doença é decrescente, o que mostra que o pior já passou", explica.
Autor do livro A história da humanidade contada pelos vÃrus, o infectologista Stefan Cunha Ujvari também concorda que o número de mortes no território nacional é alto. "É uma realidade, mas estamos próximos de uma estabilização de óbitos e novos casos. É natural que toda pandemia alcance um ápice e depois haja um declÃnio. O México, por exemplo, está com essa curva decrescente". "O Ministério da Saúde do Brasil está cumprindo seu papel, mas deve haver uma divulgação maciça sobre a nova gripe, função que vem sendo adotada pelos meios de comunicação", diz.
Para o infectologista Cézar Carranza, da Universidade de BrasÃlia (UnB), ainda em agosto deve começar a ocorrer uma redução de mortes e novos casos de gripe suÃna no paÃs. "Há uma corrente de infectologistas que afirma estarmos próximos de uma curva decrescente", acredita. "Esse número de óbitos era esperado por todos e deve aumentar um pouco nos próximos dias, porque faz parte do próprio ciclo de uma pandemia", explica, lembrando que o Brasil enfrenta atualmente a segunda fase da disseminação da enfermidade. "Passada a primeira parte, estamos agora com a transmissão sustentada". (RC)
Ouça entrevista com Eduardo Gotuzzo, diretor do Instituto de Medicina Tropical Alexander Von Humboldt