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São Paulo teve um terço dos latrocínios resolvidos no 2º trimestre

postado em 10/08/2009 08:15
Um levantamento inédito realizado pelo Jornal da Tarde mostra que um terço dos latrocínios (roubos seguidos de morte) registrados na capital paulista no segundo trimestre do ano foi esclarecido ou parcialmente solucionado pela polícia. Como a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não faz este balanço, a reportagem levantou 22 dos 25 casos ocorridos na cidade, entre abril e junho, e solicitou à pasta que informasse a situação de cada um. Oito deles, segundo a SSP, foram resolvidos ou parcialmente solucionados. No total, 12 pessoas acabaram presas. Apesar de não haver base de comparação, já que o levantamento é inédito, a secretaria comemora: diz que o crime contra a vida está sob controle no estado e apresenta tendência de queda. A prioridade da nova gestão, informa, é o combate aos crimes contra o patrimônio. Segundo a pasta, no final dos anos 90, acontecia um latrocínio para cada 400 roubos. Agora, há um para mil. Entretanto, no último trimestre, o número de latrocínios quase dobrou na capital, passando de 14 para 25 casos, em comparação ao mesmo período de 2008. No primeiro semestre de 2009, foram registrados 52 crimes (em todo o ano passado, 69). "O latrocínio é o que podemos considerar um 'acidente de trabalho'. O bandido, em geral, não sai para matar. Ladrão e vítima não se conhecem, ao contrário do que acontece geralmente em um homicídio. Então, é um crime muito difícil de ser esclarecido, ainda mais com os baixos padrões da nossa polícia", diz o cientista social Guaracy Minguardi, ex-subsecretário Nacional de Segurança. Para o presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado (Sipesp), João Rebouças, falta estrutura para o policial trabalhar. "Também tem o baixo salário e o número insuficiente de policiais. Então, fica difícil realizar uma investigação a fundo. Hoje, o policial faz da polícia um bico. E o bico passou a ser o principal trabalho dele". Prioridade O combate aos crimes contra o patrimônio é uma das principais prioridades da gestão do secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. Na avaliação da pasta, os crimes contra a vida, como homicídio e latrocínio vêm registrando queda. Segundo a SSP, no estado de São Paulo, a taxa de homicídios é de 11,2 para um grupo de 100 mil habitantes, sendo que a média nacional é de 24,5. A pasta também considera satisfatório o índice de esclarecimento desta modalidade de crime. A SSP informou que o índice mundial considerado bom é de 30% a 35% e que, em São Paulo, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) atingiu a marca de 47% nas soluções dos assassinatos Apesar de o número de casos de latrocínios ter quase dobrado na capital, no segundo trimestre, passando de 14 para 25, a SSP alega que, mês a mês, os crimes vêm caindo: em abril, foram 13 ocorrências; em maio, oito; e, em junho, quatro. A secretaria afirma que trabalha para melhorar ainda mais essa taxa. A meta é reforçar o policiamento ostensivo em todo o estado e intensificar as investigações dos crimes.

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