postado em 11/08/2009 09:01
O avanço da gripe A (H1N1) já provocou uma mudança de hábitos na rotina dos brasileiros, que agora recorrem cada vez mais a máscaras e a frascos de álcool em gel. E para tentar, ao menos, reduzir a proliferação, repartições públicas e empresas privadas também têm sido orientadas a adotar medidas de prevenção.
[SAIBAMAIS]
Como a pandemia está no inÃcio, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) divulgou ontem (10/8) um protocolo com orientações que podem ser adotadas em ambientes coletivos. O material foi elaborado para ações internas do órgão, mas pode ser usado por companhias que ainda não modificaram a rotina.
A principal recomendação é quanto à limpeza de espaços como elevadores, caixas eletrônicos, maçanetas de portas e outras superfÃcies em que os funcionários colocam as mãos com frequência. O protocolo recomenda a higienização pelo menos três vezes ao dia, com intervalos máximos de quatro horas, com detergente neutro e álcool a 70%.
O ideal é fazer o procedimento no inÃcio do expediente, na volta do horário de almoço e na saÃda dos funcionários. Os banheiros devem ter sabão lÃquido e toalhas de papel para que os funcionários possam lavar as mãos pelo menos a cada quatro horas.
O protocolo também sugere a colocação de álcool em gel na recepção de repartições públicas e empresas. "Os funcionários devem ser orientados a não autorizar a entrada de quem se recusar a fazer a higienização", disse o promotor Diaulas Ribeiro, da Promotoria de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida), que elaborou o documento após consultas a médicos e especialistas.
A exceção é para pessoas com alergia ao produto ou com ferimentos nas mãos. Nesse caso, o recepcionista pode oferecer um lenço descartável e orientar a pessoa a não tocar diretamente em maçanetas ou nos botões do elevador.
Lixo hospitalar
Outra recomendação é quanto ao uso de máscaras, que devem ser oferecidas a pessoas com sintomas de gripe. O material deve ser substituÃdo após duas horas de uso contÃnuo. As empresas também precisam ficar atentas quanto ao descarte desses insumos. A orientação do protocolo é que os resÃduos não sejam colocados com o lixo reciclável: o ideal é depositá-lo em local especÃfico, com tratamento semelhante ao do lixo hospitalar.
O serviço médico da empresa ou repartição também deve ficar atento a pequenos surtos no ambiente de trabalho. O protocolo orienta que, caso haja pelo menos três pessoas com sintomas de gripe no mesmo ambiente, esses funcionários sejam afastados por sete dias.
As medidas já estão sendo implementadas no Ministério Público do DF. As empresas ou órgãos públicos que queiram adotar as mudanças podem pedir mais detalhes do protocolo na Pró-vida, pelo telefone 3343-9609.
Senado decide suspender visitas
O Senado suspendeu temporariamente as visitas na Casa por causa da Influenza A (H1N1). Uma nota assinada pelo diretor-geral, Haroldo Tajra, foi enviada aos funcionários informando a suspensão do programa Tour do Senado. "Diante da situação epidemiológica atual da gripe Influenza A (H1N1) no Brasil, e seguindo orientações disponibilizadas pela Organização Mundial da Saúde, esta Diretoria-Geral decidiu suspender, temporariamente, o programa Tour do Senado", explica o texto. A Câmara não suspendeu as visitas, mas deu um treinamento aos funcionários que monitoram os passeios.
O número
4 horas
Esse é o intervalo máximo de tempo sem lavar as mãos recomendado no novo protocolo
Morte aumenta vigilância no DF
A primeira morte por gripe A (H1N1), também conhecida como gripe suÃna, no Distrito Federal foi encarada pela Secretaria de Saúde como um alerta para reforçar a vigilância quanto aos sintomas do novo vÃrus. A orientação agora é monitorar por mais tempo pacientes que aparentemente têm quadro mais associado à influenza sazonal. Apesar disso, o órgão negou que tenha havido falhas no atendimento ao analista de sistemas Carlos Fernando Noronha, 50 anos, que morreu no domingo, no Hospital Anchieta, vÃtima da doença.
"Aparentemente, era um quadro gripal comum. Portanto, teremos que ficar atentos. Normalmente, os sintomas amenizam com três dias. Se persistir o quadro, vamos reavaliar o paciente. É uma nova frente (de combate à doença) com base nesse caso", ressaltou o secretário-adjunto de Saúde, Florêncio Cavalcante. "Não estamos trabalhando com hipótese de falha. Estamos trabalhando para aprimorar nossa atuação", reforçou.
A secretaria confirmou que o paciente não recebeu o Tamiflu na rede pública. O medicamento só foi usado no hospital particular, quando houve o diagnóstico da doença. A subsecretária de Vigilância à Saúde do DF, Disney Antezana, disse que o medicamento não foi receitado antes porque a eficácia seria quase nula. "Ele procurou o serviço de saúde seis dias após o inÃcio dos sintomas. O medicamento não traria benefÃcio nenhum. Não houve negligência", disse, ressaltando que o fabricante orienta usar o Tamiflu nas primeiras 48 horas.
Ouça trecho da entrevista com o secretário-adjunto de Saúde, Florêncio Cavalcante