Jornal Correio Braziliense

Brasil

Ritmo acima do esperado nos hospitais em busca de atendimento contra gripe

Com o aumento da procura nos hospitais em meio à pandemia de gripe suína, as emergências estão lotadas. Nem pacientes da rede privada têm vida fácil e, em alguns locais, a demora passa de quatro horas. Na rede pública, quem preenche a ficha de manhã somente é recebido pelo médico no início da noite. A rotina se repete diariamente. A reclamação também vem dos médicos, que criticam o quadro de pessoal enxuto incapaz de lidar com um aumento no ritmo de trabalho. [SAIBAMAIS] A recepcionista Edilene Xavier, 29 anos, chegou ontem, por volta das 11h, ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com febre de 38º, tosse e dor de garganta. Foi atendida às 18h40. %u201CO médico não pediu nenhum exame, só receitou analgésico e antibiótico. O atendimento foi muito rápido, ele já olhou e fez a receita. Não fiquei nem dois minutos no consultório%u201D, critica. Os profissionais, que preferem não se identificar, relataram ao Correio que as equipes estão trabalhando no limite para atender quem procura o serviço. Alguns avaliam que a demanda aumentou ontem, após a confirmação do primeiro óbito pela nova gripe no Distrito Federal. A auxiliar de serviços gerais Cely Ferreira, 53 anos, fez a ficha do filho pouco antes do meio-dia, também no Hran. Às 19h ainda estava longe de ser chamada pelo médico. %u201CVi umas duas pessoas que chegaram depois de mim e furaram a fila%u201D, reclamou. Na rede particular, situação parecida. O estudante Bruno Wellington, 13 anos, chegou por volta das 13h a um hospital privado no fim da Asa Norte. Só foi atendido às 17h30. %u201CDemora muito e a gente fica do lado de um monte de gente com máscara%u201D, reclama. %u201CA gente pensa que, com plano de saúde, terá menos problema mas se engana%u201D, diz o pai do garoto, Wellington Ricarte. A Secretaria de Saúde reforçou ontem que as pessoas com sintomas de gripe procurem o posto de saúde em vez do hospital. Mas pacientes reclamam que nos postos não há médicos e, por isso, são obrigados a buscar atendimento nas emergências dos hospitais regionais. (DM)