postado em 12/08/2009 16:57
Até janeiro, 18 milhões de doses de vacina contra o vírus Influenza H1N1 devem chegar ao Brasil. Do total, um milhão já estará pronta para imunizar a população, conforme os critérios adotados pelo Ministério da Saúde, e as 17 milhões restantes serão finalizadas pelos pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo.
[SAIBAMAIS]De acordo com o presidente da Fundação Instituto Butantan, Isaías Raw, a entidade tem capacidade para finalizar as vacinas francesas e ainda produzir as brasileiras. A estimativa é que 30 milhões de doses contra a influenza A (H1N1) - gripe suína - sejam produzidas no Brasil até o ano que vem a partir da cepa do vírus que chegou ontem (11) da Inglaterra.
Durante coletiva à imprensa na tarde de hoje (12), Raw disse que as vacinas brasileiras devem ficar prontas até o primeiro semestre de 2010. "Mas ainda não sabemos se esta quantidade atenderá 30 milhões de pessoas ou 15 (milhões) pois não temos conhecimento de quantas doses serão necessárias, uma ou duas", afirmou.
Cepa
A vacina brasileira será produzida a partir dos dois tubos contendo a cepa do vírus que chegaram ontem da Inglaterra em um recipiente a menos de 80ºC e deverá ser testada em 500 jovens voluntários. Segundo Raw, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que 10% das vacinas produzidas sejam destinadas para países pobres.
O processo entre a fabricação da vacina e a imunização da população deve demorar, pois é necessário que seja feito um ensaio clínico que, por sua vez, depende da aprovação de uma comissão de ética e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo Raw, a Anvisa "está disposta a ser rápida no que lhe compete".
"Produzimos a vacina contra a gripe aviária e foi um sucesso. O mesmo acontecerá com esta nova gripe", disse o presidente, mesmo sem saber se a vacina será eficaz no próximo inverno, já que o vírus pode sofrer mutações. "Não sabemos se ele ficará mais forte ou mais fraco", ressaltou. Raw explicou também que em quesito de vacinas o Brasil possui autonomia. "Não dependemos de ninguém para produzir vacinas."