Brasil

Belo Horizonte solicita mais 120 mil kits de antiviral

Luciane Evans
postado em 18/08/2009 08:57
Belo Horizonte intensifica as medidas de controle do influenza A (H1N1). Além de novos ambulatórios de referência espalhados por regionais da cidade, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) anunciou na segunda-feira (17/8) que vai solicitar, para os próximos dias, cerca de 120 mil tratamentos à base de oseltamivir para o combate à doença. A quantidade pedida é praticamente o dobro do que está nas mãos da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que conta atualmente com 59,7 mil medicamentos disponíveis, sendo que os 15 mil últimos remédios foram entregues a Minas no fim de semana pelo Ministério da Saúde. Há na capital cinco mil tratamentos para toda a população, o que, segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira, é suficiente para este momento da circulação do vírus. "A nova solicitação não é baseada em projeções de números de casos, mas é uma estimativa de estoque para atender com tranquilidade a demanda da rede de saúde da capital, tanto pública quanto privada, nos próximos meses", explica. Na sexta-feira (14/8), a Fundação Ezequiel Dias (Funed) entregou o primeiro lote, com três mil frascos para uso infantil, do antiviral à SES. O planejamento prevê a produção diária de dois mil frascos, até concluir a produção dos 14 mil tratamentos repassados em matéria bruta pelo Ministério da Saúde para processamento em Minas. No estado, a opção foi pela produção de pó para solução oral, pois o medicamento já diluído tem menor prazo de validade e, considerando a longa extensão territorial do estado, o pó garante mais segurança para o usuário. Desde que tenha matéria-prima, a Funed informou que tem capacidade de produzir o medicamento tanto em solução oral quanto em cápsulas. Reforço Outro reforço para o combate à doença é o ambulatório de referência inaugurado segunda-feira na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste. O local vai funcionar 24 horas, com capacidade de atender 70 pessoas por dia, podendo ser ampliada, caso seja necessário. Com dois contêineres, um para atender pacientes adultos e o outro exclusivo para crianças, o ambulatório é fruto de parceria entre a Prefeitura de BH e a Polícia Militar de Minas Gerais, que destacou 39 médicos da corporação para o trabalho. A equipe, que conta também com auxiliares de enfermagem e enfermeiros, vai atuar em três turnos - manhã, tarde e noite. "Precisávamos de uma estrutura como essa na região", avalia Ivan Gallas, de 34 anos, que estava com sintomas de gripe e esperava, na segunda-feira, atendimento no novo ambulatório. De acordo com Marcelo Teixeira, nos próximos dias outro ambulatório será aberto na Região de Venda Nova, próximo ao Hospital Risoleta Neves e à UPA Venda Nova. "Dentro do nosso plano de ativação progressiva no atendimento, novos espaços estão previstos", conta, lembrando que há ainda na cidade os ambulatórios do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG), do Hospital Eduardo de Menezes e do Hospital Odilon Beherns. Da mesma forma que os demais, o atendimento na UPA Oeste - que tem a meta de receber também parte da demanda da Região Noroeste - só é feito a partir de encaminhamento dos postos de saúde. Ou seja, quem estiver com sintomas de gripe deve comparecer à unidade básica mais próxima e, se necessário, será encaminhado para o ambulatório. "A preferência é por atendimento de pessoas com fatores de risco, como gestantes, idosos e crianças", destaca o secretário. Ele explica que o paciente com a indicação correta vai receber a medicação e, dependendo do seu estado clínico, irá para casa ou será internado. O secretário garante ainda que não há indícios de que a região, beneficiada com a parceria com a PM, seja a mais afetada pelo vírus na cidade. "Estamos fechando o cerco nas regionais, mas isso não quer dizer que haja focos concentrados em determinadas áreas." Segundo o diretor de Saúde da PM, coronel Eloí Lopes Filho, para o espaço em Venda Nova a parceria da polícia com a PBH ainda não está confirmada. "Também atendemos nos hospitais da corporação e, neles, onde havia dois médicos, agora há um. É claro que isso afeta a normalidade de nosso contingente de profissionais para atender militares, usuários e dependentes do plano de saúde da PM", explica, ressaltando que o Hospital Militar em Santa Efigênia, na Região Leste, já internou quatro pessoas com sintomas da nova gripe. Atualmente, há duas na ala de internação.

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