postado em 21/08/2009 18:56
A 9ª Reunião Ordinária do Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos foi encerrada nesta sexta-feira (21/8), em Brasília, com uma crítica da secretária executiva do comitê, Silvana Nair Leite, de que, no Brasil, nem sempre a lógica do "uso racional de medicamentos" é respeitada. Segundo ela, o uso racional consiste na prescrição de um remédio, pelo médico, observando a opção mais eficaz, segura e econômica para o paciente.
[SAIBAMAIS]De acordo com Nair Leite, o problema estaria na qualificação dos profissionais de saúde, e, principalmente, no mercado que dá acesso aos medicamentos sem a receita e ao excesso de publicidade dos laboratórios. "No Brasil a gente tem a propaganda de medicamentos feita diretamente ao médico, de uma forma muito agressiva, para a população até que está controlada, mas também temos um tipo de propaganda ao usuário de medicamentos que influencia o sobre consumo" disse.
Durante a reunião, o comitê discutiu a criação de um curso à distância para a qualificação dos médicos na prescrição racional de medicamentos e como sensibilizar os profissionais de saúde para a notificação de reações adversas a determinado medicamento apresentadas pelos pacientes.
Um serviço de notificação, gerenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já existe e faz parte do sistema mundial de notificação de reações adversas. "Ele depende de profissionais de saúde o alimentarem com informações a respeito de medicamentos que tem problemas de qualidade e de reações adversas", afirmou Nair Leite. Segundo a secretária, são as informações desse sistema que fazem a Anvisa gerar alertas sobre medicamentos que apresentaram problemas e até determinar a retirada deles do mercado.