Rodrigo Couto
postado em 22/08/2009 09:35
Se por um lado a Influenza A (H1N1), também conhecida como gripe suína, deixou as autoridades públicas apreensivas e a população com medo, por outro, alavancou as vendas de produtos como álcool em gel e máscaras cirúrgicas em farmárcias e supermercados, além de aumentar a procura por atendimento médico em hospitais e clínicas particulares. A demanda pelo ;kit gripe; é tão grande que, em algumas drogarias, já não é possível encontrá-lo. A corrida pela compra dos produtos é uma das mudanças de hábito do brasileiro, depois que a doença avançou em todo o território nacional.Com seis unidades espalhadas pela cidade, a Drogaria Trevo afirma que as vendas de álcool em gel cresceram 300%. ;Em valor agregado de vendas, só perde para as duas principais marcas de medicamentos para disfunção erétil masculina. A grande procura está dificultando a compra no atacado. Essa gripe tem um lado positivo, mas não vou desejar que se alastre porque, da mesma forma que não quero que ninguém da minha família seja infectado, não vou torcer para aumentar a contaminação na população;, afirma Lucimar Alves, sócio da rede de farmácias. Na cadeia varejista, as máscaras sumiram das lojas há duas semanas. ;A fabricante não está dando conta de atender a demanda;, acrescenta.
Atenta ao avanço da doença no Distrito Federal, a tatuadora Medusa, 52 anos, comprou ontem seu primeiro frasco de álcool em gel para se proteger da doença. ;Já uso o álcool líquido no trabalho, mas vou redobrar a atenção em casa;, diz.
A Drogaria Genérica, que tem duas lojas em Brasília, revela que teve um incremento entre 20% e 30% na venda de álcool em gel. ;Esse aumento, no entanto, não é crescente. Varia de uma semana para outra;, afirma Cássio Resende, um dos sócios da rede. Ele admite que houve aquecimento nas vendas depois que foram fixadas faixas em frente à unidade da 307 Norte, informando que o álcool em gel estava disponível na loja. ;Com certeza, a estratégia funcionou.;
Na moda
Sem relevar números, o infectologista Marcone Pinhati também diz que os atendimentos cresceram em seu consultório. ;Não sei informar percentuais, mas aumentou muito;, frisa. Dona de uma clínica particular, a infectologista Eliana Bicudo afirma que está atendendo cerca de 25% pacientes a mais por conta da gripe suína. ;Infectologista está na moda;, brinca.