Luciane Evans
postado em 27/08/2009 09:41
Mesmo com todas as recomendações, medidas e avisos, o vírus da gripe suína furou o cerco e voltou a atacar em salas de aula de escolas de Belo Horizonte. Esta semana, 40 alunos, na faixa etária de 12 anos, do Colégio Nossa Senhora das Dores, no Bairro Floresta, Região Leste, tiveram as aulas suspensas por sete dias depois que 10 estudantes apresentaram sintomas compatíveis com a doença.
Pelo mesmo motivo, a escola Balão Vermelho, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul, cancelou, por 10 dias, as aulas de uma turma infantil, com 14 crianças de cinco anos. Em ambos os casos, as atividades serão retomadas na semana que vem.
Na escola da Zona Sul, dois alunos de cinco anos foram à aula com sintomas gripais, como febre alta e tosse. De acordo com a diretora da instituição, Elizabeth Lobato, por precaução, foi decidido suspender as aulas por 10 dias, retomando-as na segunda-feira. "Esses dois casos estão sendo tratados", conta Elizabeth, que ressalta não haver previsão de fechar as portas das escolas por causa do vírus.
"Esta semana houve uma menina, de 11 anos, que apresentou sintomas compatíveis com a doença e ela está sendo tratada em casa. Não há motivos para cancelarmos as aulas de todos os estudantes. Estamos alertas e, a qualquer sinal de possível contaminação, chamamos os responsáveis", informou.
De acordo com a diretora do Colégio Nossa Senhora das Dores, irmã Francisca Gonçalves, na semana passada, dois alunos começaram a apresentar sintomas de gripe, como febre alta, dores no corpo e vômito. "Chamamos os pais e eles os levaram ao médico, que disse se tratar de suspeita de contaminação pelo novo vírus", afirmou, acrescentando que, em seguida, mais alunos apresentaram indícios de contágio.
"Em um dia eram mais dois, depois outros dois, até chegar a 10. Procuramos a Secretaria Municipal de Saúde que nos orientou a suspender, por uma semana, as aulas nessa turma do 7º ano (antiga 6ª série)", explica.
Ela revela ainda que há casos de estudantes de outras classes com sintomas, mas informa que eles estão em casa e que a Secretaria Municipal de Saúde achou melhor não suspender aulas em outras turmas. "Se houver mais casos, vamos fazer a suspensão", avisa.
A situação pegou de surpresa Rita de Cássia Duarte, mãe de uma aluna do 7º ano, que teve as aulas suspensas na escola do Bairro Floresta. "Fiquei um pouco assustada. Acredito que muitos pais pecaram ao não monitorar crianças com sintomas da gripe", critica Cássia, que lembra que a recomendação das autoridades de saúde era de que os responsáveis não deixassem crianças ir às aulas com sintomas gripais e cobra maior vigilância.
A diretora explica que o monitoramento vem sendo feito. "Nos casos em que percebemos manifestações gripais, a criança recebe uma máscara e os pais são chamados. Os sintomas desse grupo do 7º ano apareceram dentro da escola, por isso não dizemos que houve negligência de nenhuma parte. Estamos tomando todos os cuidados possíveis", garante, acrescentando que na próxima terça-feira os alunos que tiveram os estudos suspensos vão voltar às salas.
Recomendação
Dezessete dias se passaram desde que as escolas da rede pública e privada de Minas Gerais retomaram as aulas, depois do adiamento de uma semana proposto por autoridades de saúde para preparar educadores para identificar alunos e funcionários com sintomas da doença.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde reitera que crianças com síndrome gripal não devem ir à escola e que, em caso de suspeita em sala de aula, a secretaria deve ser notificada e o estudante, afastado. Devido à queda da temperatura nos últimos dias, a pasta alerta professores e funcionários para o risco de novos casos e pede atenção redobrada.