Brasil

Metade dos universitários da área de saúde nunca discutiu em aula como parar de fumar

postado em 28/08/2009 12:30
Metade dos estudantes universitários brasileiros da área de saúde nunca aprendeu, em sala de aula, sobre tratamentos e mecanismos para orientar fumantes a deixar o vício. O dado é de pesquisa divulgada nesta sexta-feira (28/8) pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), feita com base em entrevistas com acadêmicos do terceiro ano dos cursos de medicina, enfermagem, odontologia e farmácia, de quatro cidades brasileiras. "A gente sabe que é muito importante para grande parte dos fumantes ter um apoio do profissional de saúde. Não basta que o profissional de saúde fale para a pessoa parar de fumar porque senão ela vai ter câncer, o profissional tem que saber como conduzir o processo. E essa pesquisa revela que boa parte das universidades ainda não incorporou de forma adequada como parar de fumar", afirma a diretora da Divisão de Tabagismo do Inca, Tânia Cavalcante. O estudo também revela que 20% desses estudantes não acreditam que é papel do profissional de saúde orientar os pacientes a parar de fumar, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmar que o aconselhamento é determinante para que as pessoas deixem o vício e que os médicos e outros profissionais da área deveriam ter um papel nisso. A pesquisa mostra ainda que 30% dos entrevistados não acreditam que o seu comportamento em relação ao fumo poderá influenciar seus pacientes. Isto apesar de 90% dos universitários terem recebido informações sobre os riscos do tabaco para o fumante e de 80% deles terem aprendido que também há perigos para os fumantes passivos (aqueles que não fumam, mas inalam a fumaça de outra pessoa). Foi constatado também que 20% dos estudantes homens fumaram pelo menos um cigarro nos últimos 30 dias, assim como 11% das universitárias. Metade deles gostaria de parar de fumar imediatamente, segundo o Inca. E nove entre cada dez ainda não fumam diariamente. A pesquisa foi realizada com 2.642 estudantes, entre 18 e 24 anos, em universidades públicas e privadas das cidades do Rio de Janeiro, de Florianópolis, Campo Grande e João Pessoa.

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