Ernesto Braga
postado em 01/09/2009 09:10
Policiais da Delegacia Especializada em Localização de Pessoas Desaparecidas encontraram, na tarde de segunda-feira (31/8), o corpo do empresário Gustavo Felício da Silva, de 39 anos, dentro da Boate Pantai Lounge, na Avenida Prudente de Morais, no Bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, da qual era sócio com Leonardo Cipriano há aproximadamente três meses.
Gustavo estava desaparecido desde sexta-feira (28/8) e o carro dele, um Escort, foi localizado na madrugada de domingo (30/8) na mesma avenida, a 300 metros da casa. O veículo estava aberto e com a chave na ignição. A carteira, com R$ 316, e os documentos do empresário estavam dentro do carro.
O vigia da boate, Antônio das Graças Gusmão da Silva, de 52, informou que a Pantai funciona de quarta-feira a sábado, mas, por causa do desaparecimento de Gustavo, ficou fechada no fim de semana. "A última festa foi na noite de sexta-feira. Apenas o Gustavo e o Leonardo têm a chave. Na noite de sábado cheguei para trabalhar e foi o Leonardo quem abriu. Senti um cheiro ruim e até olhei na geladeira para ver se tinha alguma coisa estragada, mas não achei nada", disse o vigia.
Ele voltou na noite de domingo e o mau cheiro persistia. "Cheguei a chamar a Polícia Militar, que veio aqui e bateu lanterna na entrada da boate, mas não localizou nada", afirmou Antônio. Outra funcionária, que se identificou apenas como Helena, de 21, disse que limpou a casa pela última vez na sexta-feira. "No sábado, viria trabalhar, mas o Leonardo me disse que a boate não iria abrir enquanto o Gustavo não fosse localizado."
Na tarde de segunda-feira, quando os policiais vasculharam a Pantai, encontraram o corpo de Gustavo envolto em uma lona plástica, dentro de um carrinho de mão. "O corpo foi encontrado numa parte da boate que está em obras", informou o delegado de Homicídios, Kleyverson Rezende.
A casa tem dois andares e a reforma está sendo feita no primeiro piso. "A equipe da Delegacia de Desaparecidos fazia busca desde sexta-feira. O corpo apresentava sinais de agressão, mas não foi possível identificar o que provocou os ferimentos, por causa do estado de decomposição", acrescentou o chefe do Departamento de Homicídios, delegado Edson Moreira.
O sócio de Gustavo, segundo Moreira, passou mal e teve de ser hospitalizado. Familiares e amigos da vítima foram na segunda-feira à boate, mas não quiseram dar entrevista. "A perícia usou luminol no segundo andar, produto que vai identificar marcas de sangue. Ainda não sabemos se o caso será investigado pela Seccional Centro ou Sul", disse Kleyverson Rezende.