postado em 01/09/2009 20:51
Dez pessoas ligadas à comunidade terapêutica Nova Vida, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) por formação de quadrilha, cárcere privado e tortura.
Entre os detidos estão o proprietário da clínica e mandante da quadrilha e sua esposa, que também era a administradora do estabelecimento. O psicólogo da comunidade terapêutica também foi denunciado.
De acordo com a denúncia, publicada nesta terça-feira, o grupo mantinha os pacientes em cárcere privado. Sob o comando do proprietário da clínica, os funcionários submetiam os internos a graves sofrimentos físicos, mentais e morais, com emprego de violência e ameaças.
Entre os casos relatados na denúncia está o sequestro de vítimas torturadas e mantidas na clínica, em cárcere privado. Elas relataram que sofreram várias agressões como socos na região do abdômen e das axilas, chutes nas coxas e canelas, joelhadas, porretadas e socos, sempre sob o comando do proprietário.
Uma das vítimas disse que foi trancafiada em um quarto da clínica conhecido como "arquivo morto", no qual chegou a permanecer por 72 dias, só podendo sair para ir ao banheiro, causando-lhe sequelas psicológicas. Alguns dos pacientes também foram submetidos a choques elétricos.
Em julho deste ano, o MPE fechou a clínica de recuperação depois de receber denúncia de um dos internos de que o estabelecimento não oferecia tratamento adequado. Promotores de Justiça estiveram no local e constataram indícios de maus tratos, cárcere privado e tortura. Na ocasião o proprietário da clínica foi preso em flagrante. Cerca de 40 internos que estavam no local e foram acolhidos pelo Programa de Assistência Social da prefeitura, que entrou em contato com as famílias.
Seis dos dez denunciados estão presos na delegacia local à disposição da Justiça.