Brasil

Polícia acredita em latrocínio na morte de dono de boate em Belo Horizonte

Pedro Ferreira
postado em 02/09/2009 09:49
O empresário Gustavo Felício da Silva, de 39 anos, pode ter sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). Seu corpo foi encontrado na tarde de segunda-feira, com um tiro na cabeça, nos fundos da Boate Pantai Lounge, da qual ele era sócio, na Avenida Prudente de Morais, no Bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com o chefe da Divisão de Crimes contra a Vida, delegado Wagner Pinto de Souza, a vítima foi vista pela última vez na tarde de sexta-feira, quando deixava a casa noturna com R$ 7 mil, mas o malote desapareceu. [SAIBAMAIS] O Escort do empresário foi localizado aberto e com a chave na ignição na madrugada de domingo, na mesma avenida, a 200 metros da casa. A carteira da vítima, com documentos e R$ 316, estava no interior do veículo. O corpo, em estado de decomposição, estava enrolado numa espuma usada para isolamento acústico, presa por fita adesiva, dentro de um carrinho de mão e coberto com uma caixa de papelão, atrás de uma lona preta, perto do muro lateral, no térreo do prédio. A boate funciona numa casa de dois andares e o térreo está em obras. Apenas Gustavo e seu sócio, Leonardo Cipriano, teriam a chave da boate. O vigia Antônio das Graças Gusmão da Silva, de 52, conta que no sábado, quando a casa foi aberta, sentiu um forte mau cheiro e chegou a pensar que fosse comida estragada. Na noite de domingo (31/8), quando voltou, sentiu um cheiro ainda mais forte e chamou a Polícia Militar, que nada descobriu. O corpo da vítima foi sepultado no início da tarde de terça-feira (1/9), no Cemitério Parque da Colina, na Região Oeste de Belo Horizonte, e a família proibiu a presença da imprensa. Desaparecido O delegado disse que há muitas especulações em torno da morte do empresário. Segundo ele, na manhã de sábado, o pai da vítima, o empresário Fernando Antônio Felício da Silva, registrou queixa do sumiço do filho na Delegacia Especializada em Pessoas Desaparecidas. "Tudo indica que o corpo estava sendo preparado para ser desovado em outro local. Quem matou pretendia ocultar o cadáver. É uma investigação complexa e não podemos descartar a hipótese de crime de natureza patrimonial, pelo fato de terem desaparecidos R$ 7 mil em um malote. Na tarde de sexta-feira, ele teria saído para pagar contas e estava com o dinheiro", disse o delegado, que também não descarta a possibilidade de homicídio. Alguns funcionários da boate já foram ouvidos, mas operários que trabalhavam na reforma da casa também prestarão depoimentos, embora não estivessem no local quando o empresário foi visto pela última vez. O sócio da vítima ainda não foi ouvido. De acordo com o delegado, a boate funciona de quinta-feira a domingo. No fim de semana, a casa não abriu as portas por determinação de Leonardo, em razão do desaparecimento do sócio. Somente o laudo de necropsia, que fica pronto nos próximos dias, vai informar se a vítima sofreu algum tipo de agressão, além do tiro, devido ao estado de decomposição em que se encontrava. O corpo foi localizado por policiais da Delegacia de Pessoas Desaparecidos, que resolveram voltar à boate para mais uma busca. Gustavo já foi sócio de uma casa noturna no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Há informações de que ele também foi dono de um restaurante em São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima. Há três meses abriu a Pantai Lounge com Leonardo. Gustavo era solteiro e morava com os pais no Bairro Estoril, na Região Oeste da capital.

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