Paulo de Sousa
postado em 04/09/2009 09:00
Um policial militar resolveu agir de forma exatamente contrária ao que deveria ser sua profissão no último dia de suas férias. O soldado da Polícia Militar Jouber Teixeira Lopes, 31 anos, segundo o delegado Custódio Arrais, da Delegacia de Plantão da Zona Sul, tentou assaltar um posto de gasolina na Avenida Senador Salgado Filho, no bairro de Lagoa Nova, e foi morto a tiros por um vigilante, por volta das 22h da quarta-feira (2/9).
O delegado acrescenta que ele era viciado em crack. O coronel Francisco Araújo Silva, comandante do Policiamento Metropolitano, revela que já existia um processo na corregedoria da Polícia Militar contra esse soldado, com o objetivo de expulsá-lo da corporação.
O coronel explica que, segundo foi apurado no local, Jouber Lopes e um outro homem teriam chegado ao posto em uma moto Honda Titan azul e anunciado o assalto. Durante o roubo, um vigilante do posto teria atirado contra os assaltantes e atingiu um deles no pescoço,que ainda correu por alguns metros, mas caiu morto na Rua Coronel Auris Coelho.
O outro assaltante conseguiu escapar, assim como o vigia. Quando a polícia chegou ao local, reconheceram que o homem morto era um soldado PM lotado na companhia de turismo, incorporado à polícia desde 2007. Ele estava de férias e retonaria ao serviço ontem.
Passado de problemas
Custódio Arrais, que levantou as primeiras investigações, descobriu que o policial era viciado em crack. "E acredito que ele consumia a droga desde antes de entrar para a polícia". Segundo Araújo Silva, o soldado apresentava vários desvios de conduta, faltando diversas vezes ao serviço e chegando a ser preso em agosto do ano passado.
"Ele foi autuado em flagrante na época, por porte ilegal de arma, por estar atirando em via pública com uma arma não registrada no bairro de Planalto, fora de seu serviço". No mesmo mês, Jouber Lopes foi beneficiado com um alvará de soltura.
Ainda de acordo com o coronel, em março deste ano foi instaurado um processo administrativo disciplinar na Corregedoria de Polícia, com o objetivo de licenciar o soldado. "Ele apresentava uma conduta de quem não queria trabalhar para a polícia. Por isso decidimos por retirá-lo dos quadros da corporação".
Questionado quanto aos critérios de ingresso do policial, Araújo Silva diz que Jouber Lopes passou por todas as etapas do concurso público, inclusive por avaliação psicológica, sem aparentar qualquer problemas. "As falhas apareceram depois que ele foi incorporado". O caso será agora investigado pela 5ª delegacia de Polícia em Lagoa Nova.