postado em 14/09/2009 09:09
Profissionais de saúde que atuam na Secretaria Estadual de Saúde (SES/PE) participam nesta segunda-feira (14/9) de uma oficina sobre novo esquema de tratamento de pacientes com tuberculose. A capacitação acontece no Hotel Canarius, em Boa Viagem e está sendo promovido pela Coordenação Estadual do Programa de Controle da Tuberculose e será ministrado por consultores do Ministério da Saúde e pesquisadores do Centro de Referência Helio Fraga, no Rio de Janeiro, entidade da Fiocruz reconhecida internacionalmente por suas pesquisas sobre a doença.
[SAIBAMAIS]
A oficina vai formar cerca de 60 capacitadores, que terão a missão de difundir o novo esquema de tratamento para mais de 3.740 profissionais, entre médicos e enfermeiros, que atuam nas equipes de saúde da família dos 185 municípios pernambucanos.
De acordo com a coordenadora estadual do programa, Laize Brilhante, o novo esquema de tratamento está sendo utilizado porque os pacientes em tratamento têm apresentado resistência às drogas usadas há quase cem anos, em especial duas substâncias (rifampicina e isoniazida). No ano passado, três pacientes em Pernambuco apresentaram multirresistência à medicação.
Laize Brilhante explicou que hoje o paciente que tem a tuberculose diagnosticada precisa tomar seis comprimidos por dia, durante dois meses, para combater o bacilo causador da doença, e dois comprimidos diários, nos últimos quatro meses de tratamento.
No novo esquema, o paciente vai precisar tomar apenas um comprimido por dia, durante os primeiros dois meses de tratamento. Isso, com certeza, vai diminuir a taxa de abandono e aumentar a cura, pois muitos abandonam o tratamento no meio, devido a grande quantidade de comprimidos que devem ser ingeridos diariamente.
Considerando o número de casos de 2001 a 2008, uma média de 11,4% das pessoas com tuberculose abandonou o tratamento a cada ano. No ano passado, foram 177 pacientes pararam o tratamento. Foram notificados, ainda, 41 óbitos por causa da doença, mas 1.385 evoluíram para cura, o que representa 63,4% dos casos.
Pernambuco tem a terceira maior taxa de incidência de tuberculose no País e a segunda maior em óbitos. O diagnóstico e tratamento da tuberculose devem ser feitos nas unidades de saúde da família dos municípios. Nos hospitais de referência para a doença devem ser atendidos apenas casos graves.