postado em 21/09/2009 18:20
Curitiba - O Ministério do Meio Ambiente lançou hoje (21), em Curitiba, durante o 6; Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), a segunda fase do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), considerado o maior programa de conservação do planeta.Nos próximos quatro anos o programa alcançará mais 20 milhões de hectares de áreas protegidas reforçando o trabalho já desenvolvido nesses locais. Segundo a secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito, é importante o conhecimento de que existe nas unidades ;um trabalho que nunca foi realizado em profundidade, o de analisar espécies que se adaptaram há várias gerações e que poderão contribuir para a adaptação de novas espécies nas adversidades climáticas;.
De acordo com a secretária, pessoas envolvidas com o tema ou que têm interesse na preservação da Amazônia e de outras áreas poderão participar até o dia 21 de outubro de uma consulta pública que será disponibilizada no site do ministério. O documento detalha o que foi realizado na primeira fase do programa e aceita sugestões para a nova fase. ;Pretendemos criar mais áreas protegidas e transformar, regularizar as áreas já criadas. Aquelas que ainda não têm estrutura, não têm ainda definidos programas de fiscalização;.
O Arpa foi criado em 2002. O ministério pretende alcançar as metas previstas para o Bioma Amazônia até 2016, quando estará concluída a terceira e última fase do projeto.
Para a secretária, a consolidação e a ampliação do sistema nacional das unidades de conservação é uma das alternativas para atenuar os efeitos das mudanças climáticas. ;O Brasil tem hoje um conjunto de 1,6 mil unidades criadas pelos governos federal, estadual, municipal ou por proprietários privados. Ao definirmos uma área como protegida, a vegetação não poderá ser cortada, portanto não haverá a liberação do carbono para a atmosfera, um dos gases que causa o efeito estufa. A biodiversidade desta área será mantida, todos os tipos de vida serão mantidos;, afirmou.
Outro tema debatido durante o evento foi a urgência de se criar estratégias de sustentabilidade financeira de longo prazo que contemplem o desenvolvimento das comunidades locais. As unidades devem cumprir seu principal papel que é aproximar a sociedade da natureza, afirmou Fábio França Silva Araújo, do Departamento de Áreas Protegidas.
Segundo ele, um percentual muito pequeno do orçamento é destinado à manutenção do sistema. ;Só o sistema federal, composto por 304 unidades de conservação, tem uma demanda de custo em torno de R$ 543 milhões e estão disponíveis R$ 310 milhões do orçamento. Sem contar o deficit com gastos em infraestrutura e pessoal. Temos 1,5 mil pessoas cuidando dessas áreas quando necessitaríamos algo em torno de 7 mil funcionários.;
Quando for concluída essa segunda fase, todo o projeto será revisto para uma participação mais efetiva dos governos estaduais e municípios. "A responsabilidade em aumentar a quantidade de áreas de reserva ambiental, de áreas protegidas não pode ser apenas uma preocupação do governo federal;, disse a secretária Maria Cecília Wey de Brito.