postado em 21/09/2009 19:53
A senadora Marina Silva defendeu a realização de um plebiscito para que os brasileiros opinem sobre a descriminalização do aborto. Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Marina, evangélica, disse que não faria um aborto, mas preferiu não deixar clara sua posição sobre o tema, que considera %u201Cpolêmico demais para ser resolvido apenas com ações do Executivo%u201D.
A senadora, provável candidata do PV às eleições presidenciais de 2010, disse que não se pode simplificar o debate tratando a liberação do aborto apenas como uma questão moral.
%u201CNão posso simplificar dizendo que sou contra ou a favor. No meu entendimento acho que deve haver um plebiscito. Não se ponde impor nem a posição dos que são contra nem a dos que são a favor%u201D, argumentou.
Marina disse que o Estado deve ser responsável por garantir informações às mulheres sobre o aborto. %u201CNão se trata de satanizar a mulher que busca alternativa para seu desamparo, mas seria reducionismo achar que aborto é um ato sem consequência.%u201D
%u201CPrecisamos aprofundar esse debate. Advogo para que se possa ter essa discussão%u201D, acrescentou.
Em relação a outro tema que considera %u201Cpolêmico%u201D, a descriminalização da maconha, a senadora foi mais clara. %u201CSou contra. Mas o fato de ser contra não me impediu de fazer a campanha do Gabeira [candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado Fernando Gabeira defende a descriminalização da maconha] no Rio. A democracia é isso%u201D, afirmou.
Marina não acredita que a liberação da venda de drogas hoje consideradas ilícitas reduziria o consumo e a violência ligada ao narcotráfico.
Apontada nas pesquisas como atual quarta colocada na disputa presidencial, atrás de José Serra, Dilma Rousseff e de Ciro Gomes, Marina Silva afirmou que ainda não é candidata, mas que o fato de aparecer na lista é positivo porque traz o debate sobre o desenvolvimento sustentável para a plataforma eleitoral de 2010.
%u201CAinda há muita água a correr por debaixo dessa ponte. Mas não aparecer com traço [nas pesquisas] é altamente significativo."