Brasil

Mal de Alzheimer atinge quatro mil pessoas em Natal-RN

postado em 22/09/2009 09:44
Cerca de quatro mil natalenses são portadores do Mal de Alzheimer, segundo a enfermeira Betânia Maciel, que coordena o Grupo Cuidando de Quem Cuida, órgão formado por 35 familiares de portadores da doença, ligado à Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS). Segunda-feira (21/9), no Dia Mundial de Alzheimer, o grupo iniciou uma campanha no supermercado Carrefour com o objetivo de sensibilizar a população e informar sobre a doença, através da orientação ao público, entrega de panfletos informativos, incentivo ao diagnóstico precoce e ao cadastramento de novos membros que queiram participar do grupo. A programação segue com encontro entre profissionais e cuidadores no Departamento de Enfermagem da UFRN na quarta-feira e encerramento, na sexta, com atividades recreativas voltadas aos portadores e cuidadores no Parque das Dunas, a partir das 8h. Ela explica que geralmente a doença se manifesta em pessoas acima dos 60 anos e acredita que o melhor tratamento são os cuidados do parente com o paciente. "Quanto mais assistência ele receber, menos impactante será o desenvolvimento da doença. Lembrando que ela é progressiva e não possui cura". Betânia conta que os principais sintomas são a dificuldade de lembrar de acontecimentos recentes, desorientação, a incapacidade de distinguir familiares, dificuldade de andar e perambulação pela casa. "Geralmente a pessoa lembra muito do passado e dos mortos. O paciente com Alzheimer as vezes vive o passado e esquece acontecimentos próximos". De acordo com ela, existem medidas que podem auxiliar na prevenção, como manter alimentação saudável, prática de exercícios físicos e de memória. "A pessoa deve forçar o lado esquerdo do cérebro. Fazer as mesmas atividades de outras formas pode exercitar o cérebro como utilizar a mão esquerda para algumas atividades, entrar por portas diferentes, fazer compras em um lugar que não o de costume e outras ações que ajudem a trabalhar a memória". Sintomas Dona Maria Flosceli Sampaio Gomes, 69 anos, convive com o Alzheimer em casa. O marido, José Evandro Nunes, aos 75 anos, desenvolveu a doença há cinco anos e hoje tem problemas até para andar. "Ele precisa de ajuda de duas pessoas para se locomover e para comer porque se engasga com muita facilidade". Ela afirma que desconhecia a doença até chegar ao Grupo de Cuidado de Quem Cuida e que descobriu o problema do marido depois de perceber um comportamento incomum, quando resolveu procurar um neurologista para diagnosticá-lo. "Ele é muito teimoso. Não queria ir ao médico porque dizia que não tinha problema algum. Então resolvi agendar uma viagem à Natal como uma espécie de passeio, mas na realidade eu e minha filha tínhamos agendado uma consulta para ele, foi aí que descobrimos a doença". A aposentada conta que o marido trabalhava em Fortaleza e que resolveu, de repente, que não iria mais dirigir a noite, sem motivos. "Levamos ele ao oculista para saber se era algo que lhe incomodasse, mas as atitudes começaram a piorar. Quando ele ia abastecer, por exemplo, esquecia de pegar o troco correto e sempre perdia dinheiro comisso". Ela fala que tem muita dificuldade em tratar o marido, porque além da incapacidade em andar, ele também está com problemas para falar, mas acredita que o melhor remédio que pode dar a ele hoje é o carinho, amor e respeito. "É como se ele voltasse a ser criança". No caso de alterações de memória recente ou desorientação, a enfermeira Betânia Maciel orienta a família a buscar ajuda de um geriatra ou neurologista para elaborar um diagnóstico precoce. "Diante desse quadro, a família deve procurar ajudar e informações, que pode ser através do grupo. É importante não entrar em desespero". Para Betânia, o cuidador, como é chamado o familiar que auxilia o portador da doença em suas tarefas, deve prezar primeiramente pela sua saúde. "Uma pessoa não deve deixar de se cuidar para dar atenção ao outro. O portador deve ter uma assistência compartilhada, que merece uma divisão de tarefas entre os familiares". Ela acredita que os familiares devem estar bastante precavidos para saber lidar com o doente. Betânia diz que no grupo são discutidas estratégias de convencimento e cuidados toda semana. "As vezes o paciente precisa de ajuda o banho, mas ele tem vergonha. O familiar tem que saber auxiliá-lo corretamente para que o doente não se torne uma pessoa agressiva e irritada por negligência", explica. Medidas de prevenção - Manter alimentação saudável - Praticar exercícios físicos diariamente - Exercitar os dois lados do cérebro, desenvolvendo atividades com o lado esquerdo e direito - Em caso de perda de memória recente, a família deve procurar um neurologista ou geriatra

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