Elaine Resende
postado em 23/09/2009 16:22
Foi negado na noite dessa terça-feira o habeas corpus ao médico ortopedista Fellipe Ferreira Valle, de 29 anos, preso desde o dia 16 de setembro depois de atropelar e matar uma empregada doméstica no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte. O juiz sumariante do 1º Tribunal do Júri, Christian Gomes Lima, indeferiu o pedido de soltura sob a argumentação de que o indiciado agiu sabendo que suas atitudes poderiam colocar em risco a vida de outras pessoas.
[SAIBAMAIS]A defesa do médico, composta por três advogados, ainda alegou que o cliente é réu primário, não tem antecedentes criminais e tem residência fixa. Fellipe foi indiciado por homicídio doloso, aquele com intenção de matar, lesão corporal e porte de arma restrita às Forças Armadas. Segundo assessoria da Polícia Civil, no carro do ortopedista, um Polo, placa GKS 8004, foi encontrado um cartucho intacto de uma pistola 762.
O médico está preso em uma ala especial da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. A família da doméstica atropelada, Luzia Rodrigues Fernandes, de 65 anos, que morreu ao sair para ir à padaria, disse que vai entrar na Justiça contra ele.
O caso
O acidente foi causado pela tentativa de fuga do médico de uma blitz. Ele estava no primeiro dia de férias e havia saído da boate Utopia, na Praça Raul Soares, no Centro da cidade, quando na Avenida Augusto de Lima a PM deu ordem de parada. Ele desrespeitou o pedido, avançou um sinal de trânsito, bateu em uma viatura da BHTrans e em um ônibus e, em seguida, atingiu um Siena na Rua Safira. Outras duas pessoas que estavam no carro de passeio ficaram feridas.
Já preso, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro, já que apresentava sinais de embriaguez. Levado ao Instituto Médico Legal, Fellipe também se recusou a fazer o exame de sangue, que poderia comprovar a presença de álcool no organismo. Segundo a Polícia Civil, ele também não contribui com o exame clínico que avalia, por exemplo, a fala e a coordenação motora.