postado em 01/10/2009 12:35
Brasília - O Rio Grande do Sul se prepara para colher em novembro próximo uma safra de 1,7 milhão de toneladas de trigo, principal cultura de inverno do estado, apesar do excesso de chuvas que atingiu a Região Sul nos últimos meses.
A estimativa foi feita pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, (Emater), com base na média de produtividade do cereal nos últimos cinco anos.
Ataídes Jacobsen, assistente técnico da Emater no estado, afirmou que até o momento não há estimativa da redução do percentual de produção nos trigais gaúchos, a exemplo do que vem ocorrendo no Paraná. "O último relatório do Departamento de Economia Rural indica quebra expressiva de 3,5 milhões de toneladas do cereal para 2,77 milhões de toneladas, ou seja, mais 20% da safra agrícola do grão, em função das adversidades climáticas", destacou.
De acordo com Jacobsen, o que tem colaborado com o trigo gaúcho é a sequência de temperaturas baixas mesmo no início da primavera, uma vez que o frio impede a multiplicação de doenças fúngicas. "A manutenção de temperaturas baixas nas regiões onde estão os campos de trigo inibe a explosão de moléstias nessa cultura. A área plantada no estado atinge 800 mil hectares, incluindo, entre outros municípios, Ijuí, Passo Fundo, São Borja, Vacaria, Erechim e Santa Rosa", acrescentou.
Ele disse, no entanto, que se continuar chovendo este mês, a qualidade do grão de trigo ficará prejudicada e não terá as características exigidas para atender à demanda da indústria panificadora nacional.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que o Rio Grande do Sul é responsável por 30% da produção nacional de trigo, estimada em 5,8 milhões de toneladas anuais. Produtores gaúchos reclamam que a saca de 60 quilos do cereal está sendo comercializada atualmente a R$ 22,00, quando o preço ideal deveria ser R$ 31,00.
O superintendente de Operações da Conab, João Paulo Moraes Filho, informou que o governo federal autorizou recentemente, por meio de portaria interministerial, o repasse de R$ 450 milhões para financiar produtores e cooperativas de trigo, com o objetivo de melhorar os mecanismos de comercialização. Segundo ele, a ideia é assegurar o preço mínimo do produto e o escoamento da produção.