postado em 03/10/2009 09:59
O atraso na aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode adiar o início do ano letivo em pelo menos cinco universidades brasileiras. Um levantamento realizado pela consultoria CGC Educação entre 27 instituições apontou que as federais do Amazonas, Pernambuco, Bahia, Recôncavo Baiano e Rio Grande do Sul devem alterar o calendário do processo seletivo. O maior transtorno deve ocorrer para as instituições que decidiram utilizar o Enem como segunda fase do vestibular.
[SAIBAMAIS]As aulas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por exemplo, podem ser adiadas em cerca de 20 dias. O início do ano letivo estava marcado para 22 de fevereiro, mas a instituição considera mudá-lo para o início de março. Lá, o Enem também será utilizado como primeira fase do vestibular.
A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) já alterou a data das matrículas - que aconteceriam em janeiro - para fevereiro. O Enem será usado como fase única para 50% das vagas e a universidade não cogita deixar de utilizar as notas do exame para selecionar os candidatos. "Vamos usar a nota do Enem ainda que, na pior das hipóteses, tenhamos que atrasar as aulas", explicou a pró-reitora de graduação da UFAM, Rosana Parente.
Na Bahia, duas instituições podem ter de mudar o calendário. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) informou que vai manter as datas definidas para o vestibular 2010, mas que pode ocorrer atraso no início das aulas, marcado para 26 de fevereiro. E a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) já adiantou que deve alterar a data de seleção dos estudantes, prevista para 8 de janeiro. A instituição, porém, não informou a nova data.
Outras instituições cogitam a possibilidade de não usar o Enem neste processo seletivo, como é o caso da Universidade Federal de Goiás (UFG), que decidirá, na semana que vem, se mantém ou não o Enem como 20% da nota do vestibular. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) suspendeu temporariamente as inscrições para o vestibular e analisa a situação. E a Universidade de São Paulo (USP) também vive um impasse. A instituição informou que vai entrar em contato com o Inep e avaliar se ainda será viável o uso da nota do exame.
Entre as demais universidades, o clima é de incerteza quanto à manutenção ou não do calendário. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Alan Barbiero, as instituições estão esperando a definição de um cronograma pelo Ministério da Educação (MEC) para avaliar o que será feito. "Esperamos que seja possível compatibilizar as novas datas com o início das aulas, que na maioria das instituições deve ocorrer entre o fim de fevereiro e o início de março", justifica.