postado em 05/10/2009 19:39
A advogada Claudete Pinheiro, que defende Felipe Pradella - indiciado nesta segunda-feira (5/10) pela Polícia Federal em São Paulo por suspeita de ter participado do esquema do vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) -, negou que seu cliente tenha sido o responsável pelo furto da prova. Segundo a advogada, a intenção ao oferecer a prova do Enem à imprensa era a de denunciar a fragilidade da gráfica Plural, responsável pela impressão da prova.
"Eles [Felipe Pradella e os demais envolvidos no vazamento da prova] não são criminosos contumazes ou indíviduos de alta periculosidade. São pessoas comuns que se viram na posse de uma prova. O que eles queriam, na verdade, era denunciar a fragilidade dos serviços prestados pela gráfica Plural", afirmou a advogada, ao deixar a sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
[SAIBAMAIS]Pradella, funcionário de uma empresa que presta serviços à gráfica Plural, chegou à sede da PF em São Paulo por volta das 10h de hoje para prestar depoimento e acabou deixando o local por volta das 18h, já indiciado.
Durante o depoimento, Pradella negou ser o autor do furto e afirmou ter recebido a prova do Enem de uma outra pessoa da empresa que, por sua vez, indicou um terceiro nome à Polícia Federal. Os três foram ouvidos pela Polícia Federal hoje e foram indiciados por peculato, entre outros crimes. Os nomes dos outros dois indiciados (um deles que teria confessado ser o autor do furto da prova) não foram revelados pela Polícia Federal nem citados pela advogada de Pradella.
Segundo a advogada, Pradella "não tinha noção de que a denúncia e de que vender esse tipo de matéria era crime". Seu objetivo era o de denunciar a fragilidade no esquema de segurança da gráfica Plural. "A prova do Enem era a prova cabal de que os serviços prestados pela gráfica Plural eram deficitários", afirmou a advogada.
A Polícia Federal já indiciou, até o momento, cinco pessoas pelo vazamento da prova que foi oferecida a três órgãos de imprensa (o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Época e o site R7, que pertence à TV Record). Além dos três suspeitos ouvidos hoje, a Polícia Federal já havia indiciado, no último sábado, o empresário e publicitário Luciano Rodrigues e o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid.
Segundo a advogada Claudete Pinheiro, seu cliente era amigo do DJ Gregory Craid que, por sua vez, seria amigo do empresário Luciano Rodrigues. De acordo com a versão da advogada, o DJ foi quem deu a sugestão de oferecer a prova à imprensa. Já o empresário foi o responsável por fazer os contatos com a imprensa. Nenhum deles, segundo ela, teria pensado em cobrar pela divulgação da prova do Enem.