Landercy Hemerson
postado em 06/10/2009 09:15
Os esforços da Divisão de Crimes contra a Vida de Belo Horizonte têm apontado para um volume significativo de inquéritos de assassinatos concluídos e enviados à Justiça. Este ano foram 720, contra 410 em 2008. Mas o saldo negativo é que, em 32% deles, as investigações não chegaram aos autores dos crimes, segundo dados divulgados pela Polícia Civil. O chefe da divisão, delegado Wagner Pinto, afirma que neste ano o índice de apuração dos 553 homicídios na capital já chega a 68%.
"Esse número de apurações tem sido crescente a cada ano. De 1,2 mil assassinatos registrados na capital no período de um ano, temos visto uma queda a partir de 2007", explica o delegado. Este ano a média mensal foi de 61 homicídios, para uma cidade que teve mais de 100 assassinatos por mês em anos anteriores.
Para Wagner Pinto, a tendência de crescimento do índice de apuração está diretamente ligada à maior conscientização das pessoas. "Ainda há muita omissão por parte das testemunhas, já que muitos assassinatos ocorrem em aglomerados e as pessoas se sentem desprotegidas. Mas há como dar informações que ajudem nas investigações no anonimato. E o telefone 181 do disque-denúncia é uma ferramenta importante nesse processo, que tem contribuído em muito nas apurações, já que o denunciante não precisa se identificar", sugeriu Pinto.
Outra ação que o delegado destaca de importância para os avanços nas apurações e redução dos homicídios é a repressão ao tráfico de drogas. "Entre 70% a 80% dos assassinatos estão ligados de alguma forma às drogas. E temos realizado operações para prisão de integrantes das quadrilhas de traficantes. Com esses criminosos atrás das grades, a comunidade passa confiar mais na polícia e sente-se segura para cooperar", afirma Wagner Pinto.