Brasil

Chuva provoca caos na Zona Sul de Belo Horizonte

Ernesto Braga, Daniel Antunes
postado em 08/10/2009 09:35
O temporal que atingiu Belo Horizonte, na quarta-feira (7/10) à noite devastou a Região Centro-Sul. Árvores e galhos caídos, ruas alagadas, congestionamentos, consumidores sem luz e pânico formaram o cenário que mais parecia um filme de guerra. Foi um temporal que a relações públicas Fernanda Wodzik, de 32 anos, jamais vai esquecer. Em questão de segundos, seu Honda Fit que estava estacionado na Rua Michel Jeha, no Bairro São Bento, foi arrastado por cerca de 100 metros, até parar em cima de outro carro. "Nunca vi algo parecido, a água subiu de uma hora para outra e saiu arrastando tudo pela frente", conta. Outros 20 carros também foram arrastados pelas águas que desceu da Avenida Cônsul Antônio Cadar. O fisioterapeuta Rafael Luís, de 26, se arriscou. Entrou na água e conseguiu, com um fio de luz, amarar o carro, um Palio, numa lixeira e evitar estrago maior. "Se não fizesse isso, não sei onde meu carro iria parar. Os carros foram batendo um no outro", disse Rafael. Uma escola de inglês, também na Rua Michel Jeha, foi inundada. Os alunos foram dispensados e os funcionários tentavam salvar computadores e televisão. Na Rua Madalena Sofia, no Bairro Cidade Jardim, uma árvore caiu em cima do muro do Colégio Pitágoras, atingiu três carros, várias motos e arrancou parte da fiação da rede elétrica. A estudante Thais Rezende Cunha, de 26, estava na sala de aula no momento em que seu carro foi atingido pela árvore. "Ficamos sem luz de repente, e as aulas foram suspensas. Quando vim buscar meu carro, deparei com essa árvore caída sobre ele", lamentou Thais. Na Savassi, vários pontos de alagamento interromperam o tráfego e amedrontaram as pessoas. Toda a região no entorno das ruas Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Sergipe foi atingida. "A enxurrada levou os carros e muitas pessoas tiveram dificuldade para sair dos veículos, foi um clima de muito pânico", contou o taxista Cristiano Valério, de 33 anos. Na Rua Sergipe com Tomé de Souza, o clima era de guerra, com árvores caídas, lojas inundadas e carros destruídos. Com os sinais desligados e os alagamentos, o trânsito parou e o sistema de transporte público entrou em colapso. Dezenas de pessoas se aglomeravam nos pontos de ônibus e a espera foi longa. "Estou aqui há quase uma hora e meia e nada", reclamou o auxiliar de enfermagem Renato Ferreira, de 33 anos, na Avenida Brasil, em frente ao número 1.285, próximo à Avenida Afonso Pena. Ele esperava o ônibus 3055. Na Avenida Getúlio Vargas, altura do 494, uma árvore caída bloqueou a pista, obrigando os carros a trafegarem pelo passeio.

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