Erta Souza
postado em 09/10/2009 08:53
Agora é obrigatório: todas as crianças nascidas nas maternidades de Natal, no Rio Grande do Norte, têm direito a Trigem Auditiva Neonatal ou, simplesmente teste da orelhinha. O exame possibilita que sejam detectados diversos problemas auditivos nos recém nascidos ou que possam ocorrer no futuro, porém deve ser feito até o terceiro mês de vida do bebê. A realização do teste foi instituída através do Decreto nº 8.896/09 que regulamentou a Lei nº 5.685/05.
De acordo com a secretária de Saúde de Natal, Ana Tânia Sampaio, a obrigatoriedade do exame só confirma a preocupação do município com as crianças. "O teste já é realizado em nossas maternidades há algum tempo porque entendemos que a prevenção é o melhor remédio para minimizar possíveis consequências dessas doenças", afirma.
Atualmente, apenas a Unidade Materno-infantil das Quintas oferece o exame porque o aparelho do Hospital Leide Moraes está quebrado e a Unidade de Felipe Camarão continua interditada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremern). "Já entramos em contato com a assistência técnica para que o conserto do aparelho possa ocorrer o mais rápido possível. A orientação é que as mães que deram a luz na maternidade aguardem o contato dos agentes de saúde para realizar o teste logo que o aparelho estiver consertado", disse.
48 horas
A fonoaudióloga Heber de Melo Ramalho disse que o exame está sendo realizado nas Quintas em até 48 horas após o nascimento. Ela alerta que alguns fatores de risco que também podem acarretar a deficiência auditiva parcial ou total, mas que não são perceptíveis durante o exame.
"A criança que tiver algum familiar com problemas auditivos podem apresentar alguma deficiência no futuro. As mães que tiveram sífilis, rubéola ou usaram drogas durante a gestação também podem contribuir para o aparecimento de algum tipo de deficiência", explica.
A unidade das Quintas realiza uma média de 210 testes por mês. A Maternidade Leide Moraes registra cerca de 300. "Desse número 20% são encaminhados para o Suvag que é centro de referência em deficiência auditiva. Essas crianças são acompanhados por fonoaudiólogos", disse. Na rede privada o exame custa em média R$ 70, por isso muitas mães procuraram a rede municipal de saúde para garantir o direito do bebê.
Mãe de outros três filhos, Dalva Silva de Oliveira, 40, deu a luz a pequena Renata Oliveira e aprovou a iniciativa da prefeitura. "Esse exame não era feito antigamente. Acho muito importante porque meu irmão tem problema auditivo e assim podemos verificar se ela tem ou vai desenvolver alguma doença", declarou a mãe.