Diário de Pernambuco
postado em 21/10/2009 10:35
Rio de Janeiro - A Polícia Militar divulgou que dois caminhões-baú, 10 carros e sete motos apreendidos foram usados por criminosos do Comando Vermelho no comboio que invadiu, na noite de sexta (16/10), o Morro dos Macacos, dominado pela facção Amigos dos Amigos, zona norte do Rio. Com mais um corpo encontrado ontem, sobe para 25 os mortos no confronto: três civis, três PMs e 19 supostos traficantes. As investigações apontam que um bando de 150 homens se reuniu na favela Faz Quem Quer, em Rocha Miranda (zona norte), e percorreu, em grupos separados, vias expressas importantes da cidade. Por volta das 21h, parte do comboio chegou ao Morro do São João, de onde partiram pela mata para o Morro dos Macacos. Outros carros invadiram a favela rival pelas ruas de acesso. A notícia contradiz o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que afirmou que a invasão "foi dissimulada, aos poucos".Ontem (20/10), apesar do cerco da polícia, um corpo foi deixado dentro de um carrinho de supermercado, na Rua Luiz Lisboa, um dos acessos ao Morro dos Macacos. A ousadia deixou claro que os criminosos dominam a favela. O homem, não identificado, é a 25; vítima do confronto. O cadáver apresentava marcas de tortura.
[SAIBAMAIS]A polícia continuou o cerco a diversas favelas. No Complexo de Manguinhos, dois traficantes em fuga invadiram a Escola Municipal Professora Maria de Cerqueira e Silva. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), os pais dos 1.137 alunos não levaram os filhos para a escola. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) pediu a suspensão das aulas nas regiões de confronto. De acordo com a entidade, a secretaria insiste em manter as escolas abertas para "aparentar normalidade".
Um macacão antichamas salvaria a vida do cabo do Grupamento Aéreo Marítimo (GAM) da PM Izo Gomes Patrício, 36 anos, enterrado ontem no Cemitério Jardim da Saudade, zona oeste do Rio, diante de 800 pessoas. A afirmação foi feita por colegas de farda da terceira vítima da queda do helicóptero abatido por traficantes. "Após a aeronave cair, Izo voltou duas vezes para resgatar os colegas. Na última, houve explosão e o uniforme dele, sem proteção, pegou fogo", disse um soldado do GAM. Segundo um oficial, no dia da tragédia, apenas o piloto e o copiloto usavam macacões cujo tecido resiste mais ao calor. "Pagamos R$ 1,5 mil do nosso bolso. Sabemos que há uma licitação do governo para a compra, mas até agora, nada", lamentou.