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Conferência cultural reúne política, samba, teatro e dança no antigo MEC no centro do Rio

postado em 24/10/2009 20:02

Rio de Janeiro - A 1; Conferência Municipal de Cultura do Rio de Janeiro foi aberta na manhã deste sábado (24), no Palácio Gustavo Capanema, antigo Ministério da Educação e Cultura, com forte conotação política, a começar pela homenagem da secretária de Cultura da cidade, Jandira Feghali, a Evandro João dos Santos, do movimento AfroReggae, morto em assalto na madrugada do último domingo no Centro da cidade.

O representante do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, no mesmo clima, pediu pressão popular sobre o Congresso Nacional para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional n; 150, em tramitação, que estabelece o mínimo de 2% do Orçamento da União para a cultura.

;Felizmente, a questão cultural é suprapartidária, a oposição e a base do governo apoiam, mas é preciso pressionar porque a aprovação de uma PEC precisa de muito mais votos [três quintos dos 513 deputados e dos 81 senadores];.

Manevy mencionou o empenho do ministério para mudar a Lei Rouanet ; de incentivo à cultura - e criar o vale-cultura, além de incentivar a participação popular na formulação de uma política cultural permanente para o Brasil.

O prefeito Eduardo Paes ; que recentemente voltou de viagem de uma semana a Londres, Atenas e Barcelona ; sancionou, na abertura da conferência, lei que cria o Conselho Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, aprovada por unanimidade dos vereadores cariocas. Ele também se referiu, indiretamente, aos trágicos acontecimentos dos últimos dias.

;Que cidade é essa que resiste ao que aconteceu nesta semana? Como esta cidade resiste a tantas políticas públicas mal implementadas ou não implementadas?;.

Paes lembrou a vocação do Rio para o que chamou de ;indústria do conhecimento;, que inclui o turismo e o relacionamento humano.

Houve apresentações de um grupo de teatro e outro de dança, além das cantoras Dorina e Sandra de Sá, que pediu mais empenho dos produtores culturais da cidade. Dorina pediu mais atenção para os subúrbios, onde o samba tem suas raízes mais fortes na cultura da cidade.

Homenageado especial do evento, o cineasta Nelson Pereira dos Santos recebeu uma placa alusiva aos 81 anos de idade e em agradecimento pela divulgação do Rio e de sua cultura nos filmes que dirigiu. Paulista, ele pediu desculpas por não ser carioca, mas um vereador presente anunciou que vai pedir a concessão do título de cidadão honorário da cidade.

De 2003 até agora, mais de 1.500 cidades fizeram ou estão fazendo conferências de cultura, mas nenhuma teve ou tem tanta importância quanto a que começou hoje na antiga sede do ministério da Educação, no centro do Rio de Janeiro, e que se estenderá até amanhã.

Ainda que a secretária Jandira Feghali tenha definido a origem da nossa cultura como essencialmente africana, prevaleceu na reunião o entendimento de que a cultura brasileira é multifacetada e incorpora influências das mais variadas origens.

As discussões foram divididas em cinco grandes grupos de trabalho, por eixo temático, para os 880 inscritos: Produção simbólica e diversidade cultural, Cultura, cidade e cidadania, Cultura e desenvolvimento sustentável, Cultura e economia criativa e Gestão e institucionalidade da cultura. O encerramento da conferência será às 17 horas deste domingo.

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