São Paulo - A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou estável, ao passar de 14,2% em agosto para 14,1% em setembro, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira (28/10) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo a PED, em setembro, o contingente de desempregados ficou em 1,482 milhão de pessoas, 19 mil a menos do que no mês anterior. De acordo com a pesquisa, o resultado pode ser atribuído à saída de 55 mil pessoas do mercado de trabalho e à eliminação de 36 mil vagas.
O nível de ocupação variou -0,4% em setembro, com o contingente de desempregados estimado em 9,032 milhões de pessoas. O comércio registrou retração de 3,5%, com a eliminação de 51 mil postos de trabalho. Na indústria, registrou-se estabilidade, com -0,2% ou menos 3 mil vagas. No setor de serviços, houve queda de 0,2%, com menos 8 mil postos. O item outros setores (construção civil e serviços domésticos) variou positivamente 0,4%, com mais 4 mil novos postos de trabalho.
O coordenador da pesquisa pelo Seade, Alexandre Loloian, afirmou que os resultados de setembro estão diretamente ligados a fatores não tão positivos: a redução do nível de ocupação e a redução do desemprego, devido à saída de mais pessoas do mercado de trabalho. ;Não houve aumento de ocupação, pelo contrário, houve até redução. Isso não era muito esperado. A participação de pessoas no mercado de trabalho já era para estar crescendo, e não caindo, como vem ocorrendo;.
O economista explicou que esse movimento atípico para o período está ocorrendo porque as pessoas estão inseguras quanto às perspectivas do mercado de trabalho, por causa de avaliações feitas com o que acontece com pessoas mais próximas, o que gera falta de otimismo. ;Temos insistido que o Brasil tem se saído muito bem da crise. Enquanto os outros [países] ainda continuam a perder centenas de milhares de empregos, o Brasil está se equilibrando na corda bamba;, afirmou Loloian.
Ele disse que o nível de ocupação tem-se mantido, mesmo com a perda 150 mil empregos industriais em São Paulo de setembro a setembro, mas ressaltou que o setor de serviços está em nível superior.
Para o restante do ano, Loloian estima que a tendência é a de melhora, porque no último trimestre é normal que se comece a admitir mais pessoas devido às atividades próprias de final de ano. ;Nossa expectativa é que essa taxa de desemprego não aumente muito. Talvez fiquemos um pouco acima do que atingimos em dezembro do ano passado, o menor patamar dos últimos 12 anos.;