postado em 31/10/2009 19:44
Brasília - Das duas principais hipóteses que a Aeronáutica apresentou no relatório final sobre o acidente com o vôo 3054 da TAM em 17 de julho de 2007 a mais provável é um erro de procedimento dos pilotos, o comandante Kleyber Lima e o co-piloto Henrique Stephanini di Sacco.
A outra hipótese é de falha no sistema de controle de potência dos motores, que teria transmitido uma informação incorreta a um dos motores sobre a posição em que se encontrava o manete, alavanca que acelera a turbina do avião.
A investigação não consegue afirmar com 100% de certeza em que posição estavam as alavancas no momento do acidente, porque o avião ficou muito danificado. Mas a caixa-preta indicava que um dos manetes estava na posição de aceleração e o outro na de frenagem.
[SAIBAMAIS]O relatório considera o erro dos pilotos a causa mais provável, já que "é elevada a improbabilidade estatística de falha no sistema de acionamento durante o pouso".
O documento produzido pelo Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) destaca que as condições da pista de Congonhas influenciava os pilotos "no âmbito psicológico" causando ansiedade. A esses fatores se somaria a pouca experiência do co-piloto em aeronaves Airbus e o fato de que Kleyber era um piloto de desempenho "mediano".
"O piloto costumava apresentar um desempenho mediano em termos de pilotagem, tendo um histórico marcado por pequenas dificuldades em situações operacionais mais críticas, o que era compensando por um alto grau de padronização e de aderência aos procedimentos previstos", afirma o relatório. O texto também acrescenta que o piloto teria comunicado durante o voo que estaria com uma "pequena dor de cabeça".
Sobre di Sacco, a investigação do Cenipa diz que ele havia sido contratado recentemente e tinha cerca de 200 horas de vôo em A-320. "A grande experiência pregressa se consolidou em aeronaves da linha Boeing".
Segundo o relatório, a falta de desaceleração da aeronave esperada após o pouso poderia ter sido atribuída pelos pilotos às condições da pista, que estava molhada e escorregadia. O documento diz ainda que o fato de o pouso ter se dado à noite pode ter contribuído para a má visualização da posição dos manetes.