postado em 03/11/2009 15:43
Uma das propostas do governo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa é fazer com que em oito anos as siderúrgicas passem a usar carvão vegetal de reflorestamento feito pelas próprias empresas. A ideia é convencer o setor das vantagens do chamado "aço verde", de acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.Para estimular o setor siderúrgico a operar nesse modelo seria firmado um acordo para concessão de incentivos ao setor, sem a necessidade de leis, de acordo com a avaliação de ministros. O selo ;aço verde; poderia representar inclusive um diferencial de competitividade no exterior, segundo Dilma.
;Seria muito mais no sentido de criar incentivos financeiros, incentivos de todas as formas, inclusive essa percepção de que [o produto] é competitivo lá fora. Um aço carimbado de verde tem outra característica;, afirmou Dilma.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, citou como exemplo o caso da Moratória da Soja para mostrar a viabilidade de um acordo com o setor de siderurgia. Com a moratória, assinada em 2007 e renovada duas vezes, as empresas se comprometeram a não comprar soja produzida em áreas desmatadas.
Segundo Minc, o compromisso tem dado bons resultados e isso também pode acontecer com o setor siderúrgico sem necessidade de leis. ;Estamos muito avançados com a siderurgia para fechar um acordo de que em aproximadamente oito anos eles plantem todas as árvores que precisam para o carvão vegetal. Um acordo sem necessidade de lei;, disse Minc.
Os ministros falaram à imprensa após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da proposta brasileira a ser levada para a Conferência da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que ocorrerá em Copenhage, Dinamarca, em dezembro.
Além do setor siderúrgico, devem ser tomadas medidas nas áreas de energia, agropecuária e redução do desmatamento da Amazônia e de outros biomas para reduzir as emissões nacionais de gases do efeito estufa.