postado em 06/11/2009 20:41
Brasília - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) espera posicionamento da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a denúncia de repressão e criminalização da luta pela reforma agrária no país. A carta-denúncia foi apresentada e lida ontem (5), em Washington, durante audiência com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, e, há uma semana, na OIT.[SAIBAMAIS]O representante da direção nacional do MST, Antonio Neto disse que a carta foi preparada pelo movimento e apresentada apenas nas duas reuniões. Ele ressaltou que o problema vem sendo enfrentado pelos movimentos sociais brasileiros, de forma geral. No caso dos trabalhadores rurais, além das perseguições denunciadas contra setores do Legislativo, Judiciário e dos meios de comunicação, ele disse que a política de reforma agrária executada pelo governo federal é insuficiente.
O integrante do MST disse que há 90 mil famílias à beira de estradas aguardando pelo assentamento. Há ainda 40 mil famílias que receberam título de posse, mas não os recursos para começarem a produzir. O contingenciamento do orçamento deste ano previsto para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) contribuiu ainda mais, na opinião dele, para esse deficit.
;A meta do governo era assentar este ano 115 mil famílias, mais do que as 90 mil que estão hoje sem terra;, afirmou. As famílias já assentadas, de acordo com Neto, também sofrem com a falta de condições básicas. ;Precisamos de mais crédito para produção, construção de escolas, postos de saúde, e uma política de reforma agrária que realmente consiga manter as famílias no campo;, afirmou.
Procurada pela Agência Brasil no final da tarde, a assessoria de imprensa do Incra disse que a instituição não se pronunciaria sobre o assunto nesta sexta-feira (6/11).