postado em 10/11/2009 16:08
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza nesta terça-feira (10/11) uma megaoperação para desarticular a milícia que atua em Campo Grande, na zona oeste da cidade. Mais de 300 policiais de diversas delegacias especializadas participam da operação que teve início ainda de madrugada. Eles estão vasculhando vários endereços no bairro e também em municípios da Baixada Fluminense para cumprir 46 mandados de prisão e mais de 50 de busca e apreensão de documentos, computadores, telefones celulares e armas.Até o final da manhã, 19 pessoas haviam sido detidas, entre elas, um cabo da Polícia Militar lotado no Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE). Outras 13 já se encontram presas respondendo por crimes diversos.
De acordo com o diretor-geral de Polícia da capital, delegado Ronaldo Oliveira, esta é a última etapa da Operação Têmis, deflagrada em maio deste ano para combater a atuação da ;Liga da Justiça;, formada por um grupo de paramilitares que controla a revenda clandestina de gás, serviço ilegal de televisão a cabo e transporte irregular de pessoas em vans e kombis.
[SAIBAMAIS];Nosso objetivo é desarticular de vez essa quadrilha que age em Campo Grande. Na primeira etapa atacamos o braço armado, prendendo 43 pessoas. Na segunda etapa, atacamos as fontes de financiamento da milícia e agora voltamos a prender envolvidos, além de apreender documentos importantes que nos permitirão avançar nas investigações;, explicou Oliveira.
Na primeira fase da operação, um dos presos foi o ex-policial Ricardo Teixeira da Cruz, conhecido como Batman, e que, segundo a polícia, teria assumido o comando da quadrilha depois da prisão dos irmãos Natalino e Jerônimo Guimarães. O primeiro, deputado estadual e o outro vereador pelo Rio de Janeiro. Ambos estão no Presídio Federal de Campo Grande (MS).
À Liga da Justiça são atribuídos pelo menos 30 homicídios ocorridos no ano passado.
;A desarticulação total da milícia é um desafio, devido ao envolvimento de políticos, como deputados estaduais e vereadores, policiais militares e civis e bombeiros. A organização é muito densa e complexa, dificultando as investigações, mas estamos conseguindo avançar e comprovar o envolvimento dessas pessoas. O importante é dizer que nosso trabalho não vai parar por aqui;, afirmou o delegado.