postado em 16/11/2009 08:34
São Paulo ; Cresce a polêmica sobre o desabamento de três vigas do Trecho Sul do Rodoanel, na Rodovia Régis Bittencourt, na capital de São Paulo. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apresentada em setembro detectou a utilização de materiais diferentes dos previstos no projeto básico da obra. Segundo investigação do TCU, o consórcio de empreiteiras responsável pela construção utilizou vigas pré-moldadas para sustentação dos viadutos. Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e da Dersa, empresa do governo de São Paulo encarregada de fiscalizar o andamento das obras, investigam se a mudança no material pode ter ligação com o acidente, que deixou três pessoas feridas, além de veículos danificados. Pelo projeto básico, no lugar das vigas pré-moldadas deveriam ser colocadas fundações de concreto conhecidas como tubulões, material mais caro que o usado pelo consórcio. O tribunal também apontou indícios de superfaturamento nas medições dos serviços das empreiteiras, que totalizaram R$ 184 milhões. Ainda em setembro, os responsáveis pela obra assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal em São Paulo, no qual abriram mão de receber R$ 265 milhões em aditivos contratuais classificados como ilegais pelo TCU.
No último sábado, imagens feitas no local do acidente mostraram uma quarta viga, que seria usada na obra do Trecho Sul, que havia rachado ainda no transporte até o lote da construção. Por conta do problema, a viga não chegou a ser colocada. Das três pessoas que ficaram feridas por causa da quebra do material, uma teve alta. As outras duas passam bem.
O Rodoanel começou a ser construído em 1998, mas até hoje, dos quatro trechos, apenas um está pronto. Ele foi projetado para diminuir o tráfego de veículos pesados dentro da Grande São Paulo, desviando o fluxo de todas as rodovias que cortam a capital paulista.