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Em São Paulo, marcha marca o Dia da Consciência Negra

O fim da intolerância religiosa, a importância da regularização de terras quilombolas e o fim do genocídio da juventude negra estão entre as principais reivindicações da 6; Marcha da Consciência Negra no Largo Paissandú, realizada na manhã desta sexta-feira (20/11) em São Paulo.

[SAIBAMAIS]Presente ao evento, o babalorixá Francisco de Osun disse que é importante avançar em ações de respeito mútuo. "Não tenho que respeitar porque você é evangélico, judeu, hindu, mulçumano, espírita e, sim, porque há um ser humano antes de qualquer religião", explicou.

Para o coordenador da Congregação Nacional de Entidades Negras (Conen), Joãozinho de Oliveira, um dos temas que merece destaque em 2009 é o destino dos lucros do petróleo da camada pré-sal. Com cartazes nos quais estavam escritos "Pré-sal: ouro negro para o negro brasileiro", os militantes falavam da importância de estudar um modelo que privilegie ações afirmativas para negros com o dinheiro do pré-sal.

"O debate entre as entidades do movimento negro começou com o marco regulatório: sabemos que o petróleo é nosso, mas quem são estes nossos? Temos que tomar cuidado para que os benefícios não fiquem com a mesma minoria branca capitalista que há anos domina o país", afirmou Oliveira.

Para ele, a prioridade das ações públicas deve ser baseada em temas como saúde, emprego, educação e moradia. "Os recursos devem ser destinados para estas áreas, que são as peças-chave para combater a miséria, que mais acomete os negros", afirmou.

Pela primeira vez no evento, o auxiliar de enfermagem Rubens Santiago foi ao Largo do Paissandú por acreditar no poder das manifestações: "Considero importante vir aqui pedir mais oportunidades para os negros, que nunca foram privilegiados", disse.

Na Praça da Sé, o grupo baiano Ilê Aiyê fez uma apresentação em frente à Catedral lembrando o líder negro Zumbi dos Palmares.