postado em 21/11/2009 16:29
Brasília - Se o brasileiro não tem o hábito da leitura, a indústria editorial tem a sua parcela de responsabilidade, afirma o diretor do Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos. Segundo ele, apesar da desoneração do setor, o livro ainda é bastante caro no Brasil, custando, em média, R$ 25.A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com 5.012 pessoas em 311 municípios, indica que 36,3 milhões de brasileiros compraram pelo menos um livro em 2007. O número representa cerca de 21% do total de entrevistados considerados leitores. O levantamento revela ainda que 71% dos entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo declararam que não compram livros. Para quem ganha entre um e dois salários mínimos, o índice cai para 57%.
Já o prazer ou o gosto pela leitura é a principal motivação para a compra de uma obra para 44% dos entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos, classe social que concentra apenas 5% de não leitores. Por esta razão, apenas 17% dos entrevistados que recebem salário mínimo decidem comprar um livro.
A pesquisa conclui que a principal de forma acesso ao livro para as classes A, B e C é por meio da compra, enquanto os leitores das classes D e E recorrem aos amigos ou parentes para tomar emprestada uma obra. ;Livro no Brasil é caro, sobretudo para as classes C, D e E;, afirma Fabiano dos Santos.
A diretora editorial da Editora Record, Luciana Villas-Boas, registra uma expansão do consumo de livros para a classe C. Segundo ela, há dez anos, era difícil ver uma publicação alcançar a marca de cem mil exemplares vendidos. Hoje, várias obras atingem este número. ;É um sinalizador de que mais pessoas estão comprando livros;, afirma.
Os mais recentes dados da Câmara Brasileira de Livros e do Sindicato Nacional de Editores de Livros sobre a venda de livros no Brasil, no entanto, revelam uma retração no comércio de livros. Em 1998, foram vendidos 410 mil exemplares, sendo que em 2006 o setor registrou a venda de 310 mil livros. A partir de 2006, no entanto, verifica-se uma recuperação do setor, ainda não dimensionada.